Wednesday, February 28, 2007

Universidade do Futuro - 5. O Comentário

Envolto na expectativa de mais um relatório internacional «para Inglês ver», suspirei um comentário aos «Apontamentos» de Vasconcelos Costa. Falava-se, então, muito de fusões entre estabelecimentos de ensino superior. Antecipavam-se conteúdos e consequências do esperado relatório.

Sem perder um pouco de sentido de humor, divulguei o meu brevíssimo relatório «uma Vocação Atlântica: um Portugal Maior». A escolha e significado das iniciais «VAPM» foi um achado da inspiração do momento: as mesmas do meu nome completo. O texto lá continua, nos «Apontamentos», a dizer o seguinte:

uma Vocação Atlântica: um Portugal Maior

O relatório «uma Vocação Atlântica: um Portugal Maior» (VAPM) é divulgado antes da OCDE se pronunciar sobre a reorganização da rede do ensino superior Português. Este relatório baseia-se na informação que foi divulgada no período de 9 a 21 de Outubro p.p. no «blog» Por Educar. É tempo de pôr fim à prática de armar umas tendas, fazer um ou mais edifícios e colar na parede uma placa com o nome de universidade.

Portugal deve ter uma Universidade pública, com uma Fundação, uma Comissão de Governadores, um Reitor que preside a uma Comissão Executiva e vários campos, geograficamente dispersos e independentes. Cada campo tem um Administrador e um Director, podendo ter instalações dispersas na mesma ou diferentes localidades, no país ou no estrangeiro.

O financiamento da Universidade será feito pelos rendimentos da Fundação, dotações do Estado para o ensino e investigação e receitas próprias. A Comissão de Governadores é o órgão de governo da Universidade. O Reitor dirige a administração da Universidade e representa-a política, administrativa e civilmente. Os Administradores são responsáveis pelo dia-a-dia operacional dos campos. Os Directores são os responsáveis académicos dos campos, competindo-lhes assegurar o planeamento, garantia da qualidade e oferta de formação aos alunos.

O sistema será adoptado e criado por um ou mais dos actuais estabelecimentos de ensino superior, laboratórios, institutos e outros serviços públicos ou privados. A adesão a este novo sistema é voluntária e não tem qualquer limite no tempo.

Porque é que os Portugueses se tem que contentar com Mortadela quando podem ter «Filet Mignon»? Tem havido muitas missões da China para observar o processo de Bolonha? Qual será a razão porque a China está a adoptar, cada vez mais, o sistema de ensino superior do país mais avançado do Mundo? Porquê copiar modelos ultrapassados, quando se tem acesso ao melhor do Mundo? Para quê inventar, quando basta traduzir, com as necessárias adaptações? Não foi assim que foram feitas muitas (todas?) as grandes reformas do ensino em Portugal? Será que em Portugal, por ser um país pequeno, só pode haver ideias pequenas? Portugal é pequeno em território, mas é uma das grandes nações do Mundo. Portugal merece ter uma grande Universidade.

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