A desOrdem
Não é novidade para ninguém que, na Ordem dos Engenheiros, não existe a especialidade de Engenharia Industrial. Mas, também, não havia a de informática, e, agora, já existe (falta só apurar quais é que, afinal, são cursos de engenharia ou de “computer science”). Há que olhar para o número de inscritos na Ordem, em 31 de Dezembro de 1997.
As cinco grandes especialidades, em número de membros da Ordem, são, por ordem decrescente, a civil (não admira, pois são aqueles que, em maior número, precisam de estar inscritos para poderem trabalhar), electrotécnica, mecânica, agronómica (ora aqui está outra discussão interessantíssima: qual a diferença entre um agrónomo e um engenheiro agrícola?), e química.
Para um total de 28 306 membros, estas especialidades representam, respectivamente, 37, 24, 15, 10, e 9 por cento. As restantes especialidades, todas juntas, repartem, entre si, os restantes 5 por cento.
Já se referiu que minas tem 472 membros inscritos na ordem. Depois, tem-se a silvícula (com 405), geográfica (241), metalúrgica (184), informática (que com 121 membros, parece não ter despertado grande interesse da parte dos 6 654 electrotécnicos), e a naval (86, já antes do megaêxito de 1997, ninguém andava de barco, agora nem de cacilheiro, não vá aparecer aquele iceberg da Expo à solta no Tejo).
Quer dizer, há seis especialidades na Ordem com menos de 500 membros cada uma (uma delas com menos de uma centena), e foi possível criar uma nova especialidade com pouco mais de 100 membros.
A Ordem tem toda a razão para ainda não ter criado a especialidade de Engenharia Industrial. Que se saiba, ainda não apareceram, ao mesmo tempo, nem sequer dois membros da Ordem a pedir a criação dessa especialidade. Um, sei que já houve, mas estava sózinho. Se não há interesse, não há razão para haver a especialidade.
Mas não há mesmo? Da parte dos licenciados é difícil dizer. Da parte dos alunos dos cursos da área de engenharia industrial parece haver alguma preocupação, pois, naturalmente, também querem ser engenheiros. Por isso, a Ordem lá vai acomodando, alguns dos que terminam os cursos, nas outras especialidades. Aqueles cujos cursos são reconhecidos pela Ordem, claro. Quantos?
É difícil dizer quantos licenciados em engenharia de produção, pela Universiade do Minho, e em engenharia de produção industrial, pela Universidade Nova de Lisboa, estão inscritos noutras especialidades da Ordem. Uma consulta a uma base de dados da própria Ordem, mas que não dá garantias de cobrir todo o universo, encontrou 70 licenciados engenharia de produção industrial, pela Universidade Nova de Lisboa, e só dois licenciados em engenharia de produção, pela Universiade do Minho. Poderá haver mais, repete-se.
Isto é, existem, já inscritos na Ordem, pelo menos 72 engenheiros, potencialmente interessados na criação da especialidade de Engenharia Industrial. Este é um número pouco inferior ao dos membros de uma das actuais especialidades. O número de licenciados, por qualquer dos dois cursos citados, é, já hoje, de várias centenas. O que falta para a criação da especialidade é que se organizem para tal.
É isso: organizem-se, organizem-se, para, também, entrarmos na Ordem.
Everything you wanted to know about higher education but were too bus(laz)y to search the Web
Monday, May 18, 1998
Monday, May 11, 1998
Engenheiros Industriais de Portugal Uni-vos - Parte IV/V
Onde Pára a Engenharia Industrial?
Se a “arrumação” dos Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995, por domínio de actividade, feita pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias, é difícil, a classificação por instituições é ainda mais complicada.
De engenharia de minas há um centro no FEngUPorto (de georecursos), mais dois centros (de geotecnia e de valorização de recursos minearis) e um departamento, todos no ISTUTLisboa, com alguns nomes de doutorados duplicados, como é natural. De metalúrgica tem-se um centro na FCieUPorto (de materiais) e um departamento no INETI (também de materiais). A engenharia e tecnologia mecânicas (e de materiais) conta, em materiais, com um centro na FCTUNLisboa, um departamento no ISTUTLisboa, um instituto com pólos na FCTUCoimbra e ISTUTLisboa, outro instituto com um pólo na UMinho e outro não se sabe aonde, e uma unidade de investigação na UAveiro.
A oferta de química, mecânica, civil, electrotecnia, e até de biotecnologia, é mais variada com centros, departamentos, institutos (parece estar na química o que falta do instituto de materiais que, então, terá um pólo em Braga e um núcleo no Porto), laboratórios, associações, secções e unidades. De naval há uma unidade no ISTUTLisboa. Trata-se de formas diferentes em que os doutorados se organizam para fazerem a sua investigação, sendo, normalmente, os vencimentos pagos pela instituição que aparece em subtítulo.
As instituições em que os doutorados de Engenharia Industrial fazem a sua investigação estão um bocado desarrumadas. Há um centro de investigação operacional (e um departamento de estatística e investigação operacional) na FCULisboa e outro centro de matemática e aplicações na FCTUNLisboa (domínio 11), um centro de tecnologias da produção e energia na UMinho, o departamento e instituto de engenharia mecânica e gestão industrial na FEngUPorto (todos no domínio 36), um centro de sistemas urbanos e regionais no ISTUTLisboa (38), mais um centro na UMinho (42). Um grupo de disciplinas (mas que raio de nome!) de Engenharia Industrial na FCTUNLisboa, e um núcleo de análise do valor no INETI (46). Parece haver doutorados de Engenharia Industrial num centro de estudos de economia e gestão na UMinho e na FEcoUNLisboa (78), no departamento de ciências de gestão do ISCTE, na secção autónoma de gestão e Engenharia Industrial da UAveiro, e na unidade de economia e gestão industrial do ISTUTLisboa (82).
Também aqui é notória a falta de um domínio ou subdomínio de Engenharia Industrial. Com ele se poderiam identificar os doutorados de Engenharia Industrial que se forem formando e organizando nas várias istituições. Diminuiria, assim, a necessidade de associação dos doutorados de Engenharia Industrial, com outros grupos, por razões estratégicas. E a força estaria connosco!
Se a “arrumação” dos Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995, por domínio de actividade, feita pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias, é difícil, a classificação por instituições é ainda mais complicada.
De engenharia de minas há um centro no FEngUPorto (de georecursos), mais dois centros (de geotecnia e de valorização de recursos minearis) e um departamento, todos no ISTUTLisboa, com alguns nomes de doutorados duplicados, como é natural. De metalúrgica tem-se um centro na FCieUPorto (de materiais) e um departamento no INETI (também de materiais). A engenharia e tecnologia mecânicas (e de materiais) conta, em materiais, com um centro na FCTUNLisboa, um departamento no ISTUTLisboa, um instituto com pólos na FCTUCoimbra e ISTUTLisboa, outro instituto com um pólo na UMinho e outro não se sabe aonde, e uma unidade de investigação na UAveiro.
A oferta de química, mecânica, civil, electrotecnia, e até de biotecnologia, é mais variada com centros, departamentos, institutos (parece estar na química o que falta do instituto de materiais que, então, terá um pólo em Braga e um núcleo no Porto), laboratórios, associações, secções e unidades. De naval há uma unidade no ISTUTLisboa. Trata-se de formas diferentes em que os doutorados se organizam para fazerem a sua investigação, sendo, normalmente, os vencimentos pagos pela instituição que aparece em subtítulo.
As instituições em que os doutorados de Engenharia Industrial fazem a sua investigação estão um bocado desarrumadas. Há um centro de investigação operacional (e um departamento de estatística e investigação operacional) na FCULisboa e outro centro de matemática e aplicações na FCTUNLisboa (domínio 11), um centro de tecnologias da produção e energia na UMinho, o departamento e instituto de engenharia mecânica e gestão industrial na FEngUPorto (todos no domínio 36), um centro de sistemas urbanos e regionais no ISTUTLisboa (38), mais um centro na UMinho (42). Um grupo de disciplinas (mas que raio de nome!) de Engenharia Industrial na FCTUNLisboa, e um núcleo de análise do valor no INETI (46). Parece haver doutorados de Engenharia Industrial num centro de estudos de economia e gestão na UMinho e na FEcoUNLisboa (78), no departamento de ciências de gestão do ISCTE, na secção autónoma de gestão e Engenharia Industrial da UAveiro, e na unidade de economia e gestão industrial do ISTUTLisboa (82).
Também aqui é notória a falta de um domínio ou subdomínio de Engenharia Industrial. Com ele se poderiam identificar os doutorados de Engenharia Industrial que se forem formando e organizando nas várias istituições. Diminuiria, assim, a necessidade de associação dos doutorados de Engenharia Industrial, com outros grupos, por razões estratégicas. E a força estaria connosco!
Monday, May 04, 1998
Engenheiros Industriais de Portugal Uni-vos - Parte III/V
E os doutorados de Engenharia Industrial por onde é que andam?
Por todo o lado, segundo a listagem dos Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995, publicada pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias. Há alguns na investigação operacional (subdomínio 118), no “outro domínio/disciplina” da matemática (129), na tecnologia industrial (367), no “outro domínio/disciplina” da mecânica (369), na automação (421), mais uns quantos na engenharia de sistemas (465), no “outro domínio/disciplina” das ciências de engenharia diversas (469), na optimização da produção (827), na organização da produção (828) e no “outro domínio/disciplina” da organização e gestão de empresas (839). Se calhar ainda há mais, espalhados por outros subdomínios ou sem subdomínio nenhum. E há, também, os que se doutoraram desde 1995. Todos juntos somos mais que os doutorados de muitos domínios e subdomínios reconhecidos pelo Observatório (também não é dificil, dada a quantidade deles que estão a zero).
Certo é que se não se arranja um domínio ou subdomínio com que todos os doutorados de Engenharia Industrial se possam identificar, estamos feitos.
Por todo o lado, segundo a listagem dos Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995, publicada pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias. Há alguns na investigação operacional (subdomínio 118), no “outro domínio/disciplina” da matemática (129), na tecnologia industrial (367), no “outro domínio/disciplina” da mecânica (369), na automação (421), mais uns quantos na engenharia de sistemas (465), no “outro domínio/disciplina” das ciências de engenharia diversas (469), na optimização da produção (827), na organização da produção (828) e no “outro domínio/disciplina” da organização e gestão de empresas (839). Se calhar ainda há mais, espalhados por outros subdomínios ou sem subdomínio nenhum. E há, também, os que se doutoraram desde 1995. Todos juntos somos mais que os doutorados de muitos domínios e subdomínios reconhecidos pelo Observatório (também não é dificil, dada a quantidade deles que estão a zero).
Certo é que se não se arranja um domínio ou subdomínio com que todos os doutorados de Engenharia Industrial se possam identificar, estamos feitos.
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