Monday, December 31, 2007

Actualidades I.1. Educar

LEITE PINTO, Francisco de Paula – Essa Palavra «Universidade». In «A Universidade na Vida Portuguesa». Lisboa: Gabinete de Investigações Sociais, 1969. Vol. 1, p. 9–42.

Excertos:

Como devem ser educados os homens do mundo novo em evolução? Educar é preparar os jovens a poderem sofrer sucessivas integrações em mundos prospectivos. A Educação deve, pois, conter em si germes de inovações. A Escola de hoje tem de preparar para uma estrutura social em rápida mudança. Entretanto, no decorrer dos séculos, a Universidade sempre repudiou inovações bruscas: as reformas profundas que sofreu foram sempre impostas pelo Poder político. No século XIX, a sua relutância em aceitar saberes técnicos levou este a criar fora dela as chamadas Grandes Escolas Superiores. Mas a Universidade, em crises sucessivas, tem-se renovado incessantemente, acabando por absorver as escolas criadas à sua margem. (p. 9).

Sunday, December 30, 2007

Actualidades I.2. Educação

Dizíamos: «Educação é o processo complexo que tem por fim assegurar a qualquer indivíduo o desenvolvimento da sua personalidade, de maneira a integrá-lo enriquecido na cultura dos seus maiores, e por forma que ele possa ser em potência um elemento de valorização da sociedade.» (p. 15).

Diremos que:

«Educar é preparar os jovens a poderem sofrer sucessivas integrações em mundos prospectivos.»

A Educação deve, pois, conter em si germens de inovações.

Não nos iludamos: em futuro muito próximo qualquer homem exercerá, vida fora, mais de uma profissão. (p. 17)

Saturday, December 29, 2007

Actualidades I.3. Educadores

Podemos dizer que durante a vida dos homens de hoje cada um deles se teve de adaptar a novas convivências sociais.

Qualquer educação deve assegurar a qualquer educando, e segundo a sua natureza específica, o desenvolvimento da personalidade, de maneira a habilitá-lo a servir a sua sociedade em qualquer estádio de uma cultura rapidamente mutável.

Nos tempos dos avós dos nossos pais era a família o educador por excelência, a Igreja era educadora das famílias e dos indivíduos, a sociedade era educadora, no sentido de coagir os indivíduos a normas do «parece bem».

A Escola e os preceptores eram educadores dos escóis.

Neste momento as famílias demissionaram-se da sua posição de educador e a sociedade passou a ser elemento perturbador na acção da Escola, que se tornou o educador por excelência. (p. 20).

Friday, December 28, 2007

Actualidades I.4. Formados

Embora os Estudos gerais concedessem diplomas que habilitavam a uma profissão liberal remunerada, todos os seus graduados haviam seguido um ensino de saberes liberais, pelo que se haviam formado.

Pelas artes liberais se comunicou à Europa uma tradição de estudo e uma disciplina mental.

Estas artes eram «liberais» porque ensinavam o homem a exercer o seu papel de criatura «livre»; eram uma arte de falar correctamente e de convencer pela palavra e ainda uma arte de bem-raciocinar. Por elas se desenvolveu um verdadeiro «apostolado da inteligência» que permitiu o desenvolvimento e a divulgação de literaturas em vernáculos, principalmente a arte poética (de que os cancioneiros que chegaram até nós são impressionantes antologias) e as descrições das andanças heróicas dos cavaleiros das Cruzadas (de que crónicas e novelas são crestomatias sensacionais).

Sem qualquer sombra de dúvida podemos afirmar que o êxito que poetas e cronistas tiveram, em ambientes palacianos ou junto do próprio povo, decorreu do prestígio adquirido, nas cortes principescas ou em contacto com o comum das gentes, por todos aqueles que, por via dos saberes liberais, se haviam imposto pela inteligência. (p. 39).

Thursday, December 27, 2007

Actualidades I.5. Conservantismo

Seja-nos permitido lembrar que no decorrer dos séculos a Universidade foi, por excelência, uma instituição conservadora, no sentido de só ter admitido evoluções lentas. A Universidade sempre repudiou inovações bruscas. As reformas profundas que sofreu foram sempre impostas pelo Poder político.

E seja-nos permitido acrescentar também que na nossa época, onde a própria «Ciência-ficção» uma vez arquitectada é logo suplantada pela realidade, esse conservantismo da Universidade tem de ser fortemente sacudido. (p. 41).

Wednesday, December 26, 2007

Actualidades I.6. Permanente

MANUEL ROCHA – A Educação Permanente. In «A Universidade na Vida Portuguesa». Lisboa: Gabinete de Investigações Sociais, 1969. Vol. 1, p. 43-56.

Oração de sapiência proferida na cerimónia de atribuição do grau de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Excertos:

O interesse da educação permanente é compreendido desde há muito.

Condorcet, o filósofo iluminista, no seu famoso Rapport sur l'organisation générale de l'instruction publique, publicado em 1792, declarava que «L'instruction ne devrait pas abandonner les individus au moment où ils sortent des écoles; elle devrait embrasser tout les âges; il n'y en avait ou il ne fût possible et utile d'apprendre».

Mas como mostra a História, uma ideia não pode florescer enquanto não é compreendida por certa massa de indivíduos. Mesmo presentemente, a determinante do interesse que está despertando a concepção da educação permanente não é a sabedoria de filósofos, mas um novo facto, a chamada explosão dos conhecimentos, verificada desde há alguns decénios e que tudo leva a crer que no futuro cada vez mais se intensificará. Da expansão dos conhecimentos e suas aplicações resultam três consequências directas da maior relevância: i) a impossibilidade de o ensino escolar bastar para fornecer a crescente massa de conhecimentos necessários ao longo de uma carreira profissional, ii) a rápida desactualização dos conhecimentos adquiridos e iii) as frequentes mudanças de tipo de actividade ao longo da vida profissional de um indivíduo. (p. 44-45).

Tuesday, December 25, 2007

Actualidades I.7. Ensinar a Aprender

Postas perante o fenómeno da aceleração do progresso, as escolas de todos os níveis têm tentado ajustar-se mediante o alargamento dos programas, com inconvenientes graves, dos quais destacamos a condução do ensino com vista à informação e não à formação, a extensão exagerada dos programas, e a dispersão dos alunos por múltiplas disciplinas que não podem aprender, sendo obrigados a um esforço de memorização a curto prazo sem qualquer interesse. A presente geração é sem dúvida vítima da carência de ajustamento das concepções de educação, o que leva muitos dos alunos a perder, ou mesmo a nunca adquirir, a alegria de aprender.

É cada vez mais clara a necessidade de a educação escolar, ou de juventude como também é designada, se concentrar na tarefa de formação geral. Isto é, tem de radicar-se a concepção, há muito defendida pelos pedagogos, de que a escola deve «ensinar a aprender», deve moldar «cabeças bem feitas em vez de bem cheias». (p. 45).

Monday, December 24, 2007

Actualidades I.8. Actualização

A segunda consequência que apontámos da explosão dos conhecimentos – a desactualização do saber adquirido no ensino de juventude – já há muito se faz sentir nos países mais desenvolvidos, que têm sido levados, com ritmo crescente, a acções chamadas de reciclagem de conhecimentos. Cada um terá sempre, certamente, de procurar por si evitar a obsolescência dos seus conhecimentos, mas o fenómeno tem de passar a ser visto para além do plano do indivíduo, mesmo para além do da organização onde exerce a sua actividade. Terão de ser criadas, em plano nacional, as estruturas necessárias para assegurar que a actualização não deixe de ser feita com o ritmo e a eficiência exigidos pelo progresso de cada país. (p. 45).

Sunday, December 23, 2007

Actualidades I.9. Aptidão para Aprender

Como é óbvio, o ritmo a que se processa a obsolescência profissional depende do nível de preparação do indivíduo e do seu domínio de actividade. A análise do fenómeno, feita pelo professor Theodore Schultz, da Universidade de Chicago, levou-o a estabelecer a seguinte classificação de conhecimentos e aptidões segundo ordem decrescente de taxas de obsolescência:

- conhecimentos profissionais
- conhecimentos de princípios e teorias
- aptidão a resolver problemas
- aptidão a aprender.

São pois os conhecimentos profissionais, qualquer que seja o seu nível, que mais estão sujeitos a envelhecimento e mesmo os conhecimentos de princípios e de teorias estão sujeitos a rectificação e é necessário alargá-los a um ritmo desconhecido até hoje. É a aptidão para resolver problemas e, sobretudo, a aptidão para aprender que menos estão sujeitas à usura. (p. 45-46).

Saturday, December 22, 2007

Actualidades I.10. Capacidades

No que se refere à concepção da educação escolar, o sistema da edução permanente permite, por um lado, aliviar os programas respeitantes à formação profissional e, por outro lado, ir ao encontro da velha ambição de formação geral. O que se deve pretender, seguindo as ideias do professor Bertrand Schwartz, da Escola de Minas de Nancy, é adquirir um «método de pensamento e um método de acção, quer de acção sobre as coisas e a técnica, quer sobre os homens». Portanto a escola não terá como objectivo preparar indivíduos dos quais possa ser tirado o máximo rendimento profissional no início da sua carreira, mas sim contribuir, juntamente com a educação de adulto, para o pleno florescimento das capacidades de cada um ao longo de toda a vida. (p. 51-52).

Friday, December 21, 2007

Actualidades I.11. Atitude Mental

Quanto à estrutura dos cursos universitários, e pensamos sobretudo nos de engenharia, decorre da concepção de educação permanente que tem vindo a ser exposta que eles devem concentrar-se essencialmente no estudo: i) das ciências de base, como a matemática, a física, a biologia, etc., as quais conferem os hábitos intelectuais, os instrumentos de pensamento e o conhecimento dos fenómenos primordiais, ii) das ciências que chamaremos aplicadas, como a resistência de materiais, a metalurgia, a química analítica, etc., cujo interesse permanecerá ao longo de toda a carreira profissional e, finalmente, iii) das humanidades e ciências sociais, com vista à formação geral, não perdendo de vista que esta não pára na escola. Quanto às humanidades, acentuaremos que tem sido pura ilusão julgar-se que no ensino secundário pode ser obtida através do seu estudo a desejada formação. A maturidade dos estudantes é insuficiente e a apreensão pode mesmo ser defeituosa e conduzir a uma deformação.

Uma questão muito debatida é a do ensino na universidade das próprias matérias aplicadas. Consideramos que devem ser tratadas algumas aplicações, no contexto em que os problemas aparecem na prática, não com a intenção de transmitir conhecimentos de pormenor, mas exclusivamente com vista a ser dado na escola um primeiro passo para a criação da atitude mental própria da futura actividade profissional. (p. 52-53).

Thursday, December 20, 2007

Actualidades I.12. Desajustamentos

ALVES MARTINS, C. M. – Alguns Aspectos do Ensino em Portugal. In «A Universidade na Vida Portuguesa». Lisboa: Gabinete de Investigações Sociais, 1969. Vol. 1, p. 57-80.

Excertos:

Creio que outro problema importante que se põe hoje no nosso País em matéria de ensino para além do ensino obrigatório [seis anos] é o do reconhecimento da existência de um desajustamento entre as necessidades da procura, as matérias ensinadas e a formação recebida pelos alunos. Alguns críticos vão até mais longe – iria escrever, são mais precisos – afirmando que, pelo menos em alguns níveis – poder-se-ia dizer em muitos níveis – a preparação fornecida aos alunos é demasiada se tivermos em conta a grande maioria das funções desempenhadas e está muito longe de ser suficiente para o exercício de outras.

Estamos, assim, perante dois tipos de desajustamento entre a oferta do sistema de ensino e a procura do mercado, um de natureza quantitativa e outro de natureza qualitativa, fenómeno que é uma das consequências da nossa própria evolução social e económica e que exige uma permanente atenção por parte do sistema escolar às necessidades da procura, tanto em termos de número de jovens saídos como em termos da sua qualificação.

Não se ignora que as alterações de estrutura não devem nem podem ser frequentes. Mas há que começar a pensar entre nós que, se o sistema de ensino pretende satisfazer um dos fins para que foi criado, deverá passar a possuir, nomeadamente nos anos terminais com imediato acesso à população activa, mais facilidades de adaptação à realidade, sem o que dará origem a distorções e a uma enorme perda de recursos humanos e materiais. (p. 67).

Wednesday, December 19, 2007

Actualidades I.13. Medidas

No actual estádio do nosso desenvolvimento económico e perante as necessidades reveladas pelo próprio mercado, julgo que a preocupação fundamental deverá ser a de, além de se contribuir para o aumento do nível cultural da população, estabelecerem-se medidas que tenham especial incidência em três aspectos:

a) maior qualificação da população activa;
b) formação de técnicos intermédios;
c) formação de científicos (note-se que não escrevi cientistas).

As medidas indicadas na secção anterior sob epígrafe «ensino obrigatório» constituem sem dúvida condição necessária para que o objectivo indicado na primeira alínea possa ser atingido a médio ou a longo prazo. Mas não são suficientes, e a afirmação é tanto mais evidente se tivermos em conta que há, neste pormenor, tarefas também a curto prazo que têm de ser executadas. Haverá, portanto, que adoptar medidas – algumas delas porventura estranhas ao próprio ensino escolar – principalmente tendentes à promoção das mobilidades horizontal e vertical da nossa população activa, tais como cursos de aprendizagem, de promoção profissional, de especialização, etc. (p. 67-68).

Tuesday, December 18, 2007

Uma Imagem Vale Mais Que Mil Palavras

Eng. José Sócrates
19 de Dezembro de 2007

Vídeo

Decreto-Lei n.º 119/92, de 30 de Junho
Estatuto da Ordem dos Engenheiros

Artigo 2.º
Atribuições

b) Atribuir o título profissional de engenheiro e regulamentar o exercício da respectiva profissão;
g) Proteger o título e a profissão de engenheiro, promovendo o procedimento judicial contra quem o use ou a exerça ilegalmente;

Monday, December 17, 2007

Actualidades I.14. Necessidades

As necessidades manifestadas pelo mercado nas suas mais variadas facetas, o progresso da ciência e a rápida evolução da tecnologia têm aconselhado – e já existe abundante experiência na matéria – a que se proceda, para a mioria dos cursos universitários:

a) ao encurtamento do tempo necessário à formação de uma primeiro nível de graduados;
b) ao estabelecimento simultâneo de cursos para post-graduados;
c) ao adiamento das especializações;
d) à criação da mentalidade e do mecanismo necessário e conveniente para que se possa verificar, de forma permanente, o fenómeno do retorno á escola.

Pouco se tem feito entre nós com vista à satisfação destas necessidades e mesmo quando alguma coisa se fez não me parece que se tenha andado pelo melhor caminho. (p. 71-72).

Sunday, December 16, 2007

Actualidades I.15. Encurtar

Parece estar a ser lugar comum entender-se que criar cursos para graduados com encurtamento dos «curricula» é manter o número de disciplinas dos primeiros anos dos actuais programas do ensino universitário com redução do número de horas correspondentes.

Ora, pelo menos na minha opinião, reformar desta maneira é tão mau como não fazer nada. (p. 72).

Saturday, December 15, 2007

Actualidades I.16. Formação Universitária

A linha de pensamento geral a que deve subordinar-se todo o esquema da formação universitária – e os cursos de graduados são essencialmente formativos – deve partir do princípio de que este ensino universitário não tem por objectivo formar profissionais, nem mesmo nos cursos técnicos. Deve sim:

a) fornecer uam sólida formação científica;

b) ensinar a localizar a necessidade e a oportunidade da aplicação do conhecimento científico.

É evidente que a duração desta fase formativa dependerá da natureza dos cursos; em geral, pode no entanto afirmar-se que não durará mais de 2 a 3 anos escolares, se bem que com mais semanas lectivas do que os actuais. (p. 72).

Friday, December 14, 2007

A Presidência

A Presidência da União em Toda a Sua Glória.


Órgãos de soberania = Organes de souveraineté = Sovereign Organs*

*Mais conhecidos por «Organs of Sovereignty»**


Presidência de fino traço. Um traço bem feito. Sexi, retro, glamorosa, casa na perfeição com o espírito sensual da dita, não só pela qualidade do fino traço, como ainda pelos motivos que envolvem o desenho, inspirados em acontecimentos históricos de grande beleza. Tempero humano no caldeirão da cultura para dar nova consistência, forma e nome ao festival.

Tudo isto a valoriza e realça pelo fino trato, pela amenidade e cortesia das maneiras, pela sedução da conversa, pelo brilho e a cultura do espírito, que tornam sempre querida e agradabilíssima a presidência, quer nos meios literários, quer nos mundanos. Moça prendada, de fino trato, faz de um tudo: roupas fofinhas, casa florida, comida honesta, pele macia e refinado gosto em coisas de arte.

Dotada de largo poder comunicativo, de bom convívio amigo, a presidência não é indiferente à sociedade que a rodeia, sabendo conciliar a vida doméstica e a preocupação de dinamização da união, onde empregou disponibilidades e influências.

Por motivos estranhos à nossa vontade não é dada qualquer referência nem crédito, à autoria, local e data de edição, mas isso são pormenores, coisas sem importância, quando comparadas com a grandiosidade da tarefa, cujo único e, mesmo assim, longínquo paralelo só se encontra na epopeia dos descobrimentos.

**Até a tradução é uma vergonha. Não há pachorra para tanta asneira.

Thursday, December 13, 2007

Actualidades I.17. Formação de Base

Para se obter esta formação de base, contrariamente ao que têm pensado quase todos os nossos legisladores e ao que, infelizmente, aceitam os nossos conselhos escolares (A afirmação não quer significar que muitos professores, isoladamente, não pensam de maneira diferente. Simplesmente, quando se trata de reduzir os «curricula» ao que é verdadeiramente essencial, todas as disciplinas passam a ter importância) não é necessário nem conveniente introduzir nos «curricula» muitas matérias. Pelo contrário, há que dar poucas mas bem, dedicando-se-lhes proventura mais horas do que as habituais na maior parte do ensino de hoje. (Talvez devesse acrescentar aqui uma condição que reputo «sine qua non» da aceleração do nosso progresso técnico e científico, para não falar já do progressso económico: a necessidade do ensino obrigatório de uma língua estrangeira nos «curricula» dos cursos de formação da maior parte das Escolas Superiores e nos de todos os cursos para post-graduados, se os alunos não mostrarem que a dominam com grande facilidade.)

O facto de se ministrarem poucas matérias também não significa que se deva aumentar a sua extensão. O que deve é procurar fornecer-se aos alunos, nesses primeiros anos, a formação de base, através de conceitos simples mas muito bem apreendidos, havendo sempre a preocupação de lhes incutir a metodologia científica, quer através de exposições, quer e sobretudo através de numerosos exercícios de aplicação (Uma das preocupações ... deve ser ensinar [o aluno] a estudar, procurando mostrar-lhe o que há de essencial no conhecimento científico.), deixando para a post-gradução a aprendizagem de matéria mais complexa, mesmo a de disciplinas que serviram para a formação, visto só ser útil e vantajosa para quem vai seguir um número muito restrito de especialidades.

Consirando em particular a evolução do conhecimento tecnológico, a formação de base deverá ser comum para quem venha a ser técnico superior ou a dedicvar-se à investigação laboratorial dentro do mesmo campo. Quer dizer, a distorção vem depois, nunca antes.

Esta atitude condena, portanto, em absoluto, todo o tipo de ensino enciclopédico, em que o aluno decora ou percebe e decora, para passar nos exames, um sem número de conceitos e raciocínios a) que esquece pouco tempo depois, b) de que, muitas das vezes, nunca mais ouve falar e c) que em vez de contribuir para a sua formação e atracção o deformam e lhe criam repulsa.

O número de disciplinas-base, de carácter formativo, deve, como afirmei, ser reduzido a um mínimo, dependente do domínio científico e do grau de especialização que a faculdade ou Escola Superior pretenda atingir, este, por sua vez, dependente das necessidades a médio prazo do mercado. (p. 72-73).

Wednesday, December 12, 2007

Actualidades I.18. Tempo Livre

Observada a distribuição do número anual de horas, verificar-se-ia outra característica de um destes cursos portugueses: a tendência para a diminuição do número de horas de aula nos últimos anos. Creio que houve a louvável ideia de deixar tempo livre aos alunos com vista à sua melhor preparação escolar e extra-escolar mas não parece que a experiência tenha resultado como se esperava e seria de desejar. Será sem dúvida um facto a ter em conta a justificar o encurtamento de certos cursos. (p. 77).

Tuesday, December 11, 2007

Actualidades I.19. «Deficit» de Alunos no Ensino «Científico e Técnico»

O Quadro I revela que se verifica ainda para Portugal a tendência tradicionalista de haver menor atracção por parte dos alunos para o chamado ensino «científico e técnico», onde houve um «deficit» em relação às necessidades mínimas previstas pelo Projecto Regional do Mediterrâneo, enquanto para o «outro» ensino se observou um «superavit» de 3 487 alunos inscritos.

... a evolução das inscrições nos dois ramos tem-se verificado entre nós da forma que indica o Quadro V. Da sua observação conclui-se que, no período que medeia entre 1950/51 e 1964/65, o número de alunos do ensino superior praticamente duplicou, tendo o ensino «científico e técnico» crescido de 52 % e o «outro» de 169 %, exactamente ao contrário do que seria para desejar. Em termos de crescimento, como é evidente. Nada há a opor, dentro dos limites em que se verificou, ao aumento do número de alunos do ensino não «científico e técnico». O que se anota com preocupação é que os alunos do ensino «científico e técnico» não tenham aumentado em muito maior número.

Está bem de ver que, se continuarmos a deixar a solução deste problema ao factor tempo, é natural que, a pouco e pouco, se verifique um ajustamento mais consentâneo com as necessidades do País. Mas é evidente que semelhante atitude nos vai trazer fortes distorções do mercado, além de perdas de recursos humanos e materiais que não me parece sermos suficientemente ricos para permitir. (p. 77 - 78).

Monday, December 10, 2007

Actualidades I.20. Previsões

Já seria alguma contribuição no sentido construtivo adiar-se para mais tarde a opção que se impõe hoje às crianças que acabam o 5.º ano dos liceus da escolha definitiva de uma carreira ou construir-se um regime de opções suficientemente limitado que desse depois maior leque de possibilidades de entrada no sistema universitário. Também merece todo o apoio a iniciativa de se informarem os alunos dos liceus acreca da natureza das diferentes carreiras universitárias, tantas vezes suas desconhecidas.

Mas estas medidas não me parecem suficientes, porquanto devem ser acompanhadas do estudo imediato das soluções a adoptar a médio prazo, entre as quais se inserem a reforma do ensino secundário, a re-estruturação dos ensinos médio e superior e a análise prospectiva permanente das necessidades de pessoal científico e técnico, quer reformulando, se necessário, as previsões do Projecto Regional do Mediterrâneo, quer elaborando estimativas, por grandes grupos de especialidades, das necessidades do País nos próximos 10 ou 15 anos. (p. 78).

Sunday, December 09, 2007

Actualidades I.21. Bolsas de Estudo

A mais curto prazo creio que poderiam adoptar-se soluções de efeito mais rápido destinadas a aumentar a oferta de certos técnicos. Entre elas aponto ... que me parece de momento susceptível de concretização:

a) instituição de um esquema adicional de bolsas de estudo dando preferência aos alunos que se destinem a cursos «científicos e técnicos»; (p. 78 - 79).

Saturday, December 08, 2007

Actualidades I.22. Outros Caminhos

Se observamos a frequência do nosso ensino universitário e as tendências do aumento do número dos alunos por especialidades é fora de dúvida que haverá, dentro de pouco tempo, necessidade de construirmos mais edifícios escolares e de criarmos novos cursos.

Parece provado que uma das formas mais eficientes de promover a atracção de alunos é através da criação de escolas fornecendo as especializações convenientes. Tem-se, de resto, assistido ultimamente em Portugal à manifestação deste facto com visão muito mais realista por parte do sector privado.

Acredito que seja difícil ao sistema oficial promover a criação e a instalação do ensino de certas especialidades e que a matéria requeira estudo ponderado.

Se não temos a coragem ou não achamos oportuno adoptar soluções como, por exemplo, a da Turquia através da criação da Universidade Técnica do Médio Oriente, porque não ensaiamos outros caminhos?

A U.T.M.O. é de criação oficial mas tem completa autonomia («curricula», contrato de professores, construções, etc.) dentro de um orçamento anual que neste momento é de 164 mil contos (50 % para despesas correntes). O ensino é todo feito em língua inglesa.

[...]

Deixo a ideia para que seja ponderada. Mas de uma coisa estou certo: não é com pequenos ajustamentos que poderemos resolver os problemas do nosso ensino. Ou temos coragem ou morremos de erudição.

Setembro de 1967. (p. 79 – 80).

Friday, December 07, 2007

Actualidades I.23. Economia e Recursos Humanos

MÁRIO MURTEIRA; ISILDA BRANQUINHO – Desenvolvimento de Recursos Humanos e Ensino Superior: Problemática Portuguesa numa perspectiva comparativa. In «A Universidade na Vida Portuguesa». Lisboa: Gabinete de Investigações Sociais, 1969. Vol. 1, p. 81-95.

Excertos:

Neste trabalho, o nosso intuito é o de relacionar desenvolvimento económico com desenvolviemto de recursos humanos. Este objectivo levou-nos a seleccionar cinco indicadores, entre dezasseis retidos > priori. A selcção baseou-se no valor do coeficiente de correlação ordinal, em que um dos atributos considerados foi sempre o nível de desenvolvimento económico e o outro, sucessivamente, cada um dos indicadores de recursos humanos. Os indicadores foram os seguintes:

- Percentagem da mão-de-obra de alto nível [...] na mão-de-obra total; designado seguidamente por A.III-1 [...];

- Número médio de anos de estudo da mão-de-obra; desigando por A.II-1;

- Percentagem de mão-de-obra científica e técnica na mão-de-obra total, A.IV-1;

- Professores por 1 000 habitantes, A.VI;

- Proporção entre engenheiros e juristas (stocks), A.VII.

Foram obtidos os seguintes coeficientes de correlação ordinal (como se disse, sendo o outro atributo o nível de desenvolvimento económico) para aqueles indicadores.

A.III-1 0,92 20 países na amostra
A.II-1 0,82 16
A.IV-1 0,80 15
A.VI 0,71 15
A.VII 0,70 15

(p. 82 – 83).

Thursday, December 06, 2007

Actualidades I.24 Estruturas Ocupacionais de Mão-de-Obra

A associação estatística determinada entre a ordenação dum grupo de países segundo o seu rendimento per capita e a ordenação do mesmo grupo segundo diversos indicadores relativos a recursos humanos, merece alguns comentários.

O indicador aparentemente mais significativo (designado por A.III-1) não traduz, em primeira aproximação, disparidades de níveis de instrução, mas sim de estruturas ocupacionais de mão-de-obra. Com efeito, os grandes grupos profissionais considerados – profissões liberais e técnicas e directores e quadros administrativos superiores – podem ser preenchidos por indivíduos dotados de níveis de instrução muito diversos; por outro lado, a importância relativa daqueles grupos depende, entre outros factores, do peso relativo dos diferentes sectores de actividade económica, nomeadamente a importância assumida pela indústria na estrutura económica. Verifica-se ainda que a disparidade entre número médio de anos de estudo da mão-de-obra total e da mão-de-obra de alto nível, segundo níveis de desenvolvimento económico, é maior no primeiro caso. Dito de outra forma: parece ser comparativamente mais desfavorável a situação dos países pobres no que se refere à instrução média da mão-de-obra total do que quanto à instrução média de mão-de-obra desempenhando funções de alto nível. Em todo o caso, os aspectos qualitativos da formação da mão-de-obra são aqui decisivos e atenuam o significado daquelas conclusões. (p. 83).

Wednesday, December 05, 2007

Actualidades I.25. Importância Estratégica

O indicador considerado em segundo lugar – número médio de anos de estudo da mão-de-obra – parece ser o mais representativo do nível médio de desenvolvimento de recursos humanos, mas a sua generalidade prejudica necessariamente o seu significado. Assim, os três indicadores considerados seguidamente dão ênfase à importância estratégica de determinadas categorias de mão-de-obra e correspondentes qualificações: da mão-de-obra científica e técnica, dos professores e, mais em particular, dos engenheiros. É de destacar a correlação relativa ao quociente entre engenheiros e juristas, facto que confirma a abundância dos últimos e a escassez dos primeiros nos países economicamente menos desenvolvidos.

Convém salientar que a análise anterior não permite o estabelecimento de relações de causalidade entre desenvolvimento económico e desenvolvimento de recursos humanos. A associação estatística determinada permite apenas concluir que o desenvolvimento económico é concomitante com os aumentos da proporção da mão-de-obra de alto nível na mão-de-obra total, do número médio de anos de estudo da mão-de-obra, da proporção de pessoas de formação científica e técnica, do número de professores por 1 000 habitantes, e enfim, da relação entre engenheiros e juristas na mão-de-obra de alto nível de qualificação. (p. 83 - 84).

Tuesday, December 04, 2007

Actualidades I.26. Classificação Desfavorável

A posição de Portugal no grupo de [15 a 20] países considerados e tomando por referência os indicadores seleccionados [é] que, exceptuando o último indicador, a situação de Portugal não é mais favorável do ponto de vista do desenvolvimento de recursos humanos do que tomando por referência o nível de desenvolvimento económico. Esta conclusão é ainda reforçada, se considerarmos mais os seguintes indicadores:

- Diplomados pela universidade, em percentagem da mão-de-obra …
- Proporção da população adulta com instrução do segundo e terceiro níveis …
- Proporção da população adulta com instrução do segundo nível …
- Idem, só terceiro nível …



Em resumo, a classificação de Portugal referida a diferentes critérios, relativos a recursos humanos, é mais desfavorável do que a correspondente classificação quanto a níveis de desenvolvimento económico segundo cinco indicadores, idêntica em três casos e mais favorável apenas num caso. Quanto a este indicador, deve notar-se, todavia, que a proporção de estudantes de engenharia relativamente a alunos de direito diminuiu em Portugal entre 1960 e 1964. (p. 84 – 85).

Monday, December 03, 2007

Actualidades I.27. Formar Homens e Mulheres é Mais do que Fabricar Factores Produtivos

Como deve ser considerado o ensino superior no âmbito duma estratégia global de desenvolvimento de recursos humanos ajustada à realidade portuguesa? É esta questão fundamental que se procurará seguidamente atender, sem, no entanto, pretendermos mais do que fornecer alguns elementos úteis de reflexão relativamente à questão posta.

Importa, antes do mais, recordar que em todo este texto se pretende relacionar educação com desenvolvimento económico e que, em consequência, se assume apenas uma perspectiva possível, e nem sempre necessariamente a mais significativa. Discussões em torno deste ponto têm sido frequentes, pelo que nos dispensamos de afirmar mais do que isto: os autores deste trabalho também não julgam que seja o único ou o mais importante critério a seguir na política educacional o serviço do desenvolvimento económico do País; formar homens [e mulheres] é, sem dúvida, mais do que fabricar factores produtivos. Mas valorizando devidamente esta verdade elementar (e talvez por isso mesmo), não negamos a justificação da perspectiva escolhida, desde que devidamente interpretada. (p. 87).

Sunday, December 02, 2007

Actualidades I.28. Qualidade de Ensino

Não é ousado afirmar que à Universidade deveria incumbir a responsabilidade principal na formação [de] grupos profissionais; nem tão-pouco será arriscado reconhecer que, mais do que um problema quantitativo de acesso ao ensino superior, está aqui em causa um problema de qualidade de ensino. O que já poderá surgir aqui como afirmação ousada é o seguinte: não serão possíveis progressos qualitativos em matéria de recursos humanos, à altura das necessidades actuais do País, sem reformas decisivas ao nível do ensino superior. É, portanto, esta afirmação que, com a menor subjectividade possível, carece de ser fundamentada, para além do ficou exposto. (p. 87)

Saturday, December 01, 2007

Actualidades I.29. Capacidades Empresariais

As discussões recentes acerca do atraso tecnológico da indústria europeia relativamente à norte-americana parecem, ao menos, ter esclarecido um ponto: que o atraso tecnológico europeu resulta mais do desnível entre as capacidades empresariais do que entre cientistas e técnicos dos dois continentes. À modestíssima escala portuguesa neste domínio, não custa reconhecer que a industrialização moderna baseada na ciência e na tecnologia só será possível com dirigentes de empresas verdadeiramente à altura dessa função; descabido seria isolar o problema do progresso tecnológico da indústria nacional daquela questão fulcral. Ora, a Universidade portuguesa encontra-se particularmente mal dotada neste domínio verdadeiramente estratégico. (p. 89).

Friday, November 30, 2007

Actualidades I.30. Inovar

«…the more backward a country is in government, finance, industry, commerce, agriculture, the arts, and professional and social services, the more inclined it is to look backward in higher education, the poorer the quality of its present university programs, the more likely it is to magnify its traditions and attempt to adhere to traditional patterns in higher education».* (p. 91).

* BENJAMIN, A. R. W. – Higher education in the american republics. Londres: McGraw-Hill, 1965. p. 200.

Tuesday, November 20, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados I

O caso arrasta-se há vários anos por todos os meios de comunicação social: jornais e revistas com notícias, declarações, entrevistas, fotografias e gráficos; canais de televisão, também com notícias, mais reportagens, entrevistas, comentadores e debates. Uma verdadeira Babel. Todos falam e ninguém se entende.

A abordagem jornalística não levava a parte nenhuma. Foi então que entrou em cena a ciência, a tecnologia e o ensino superior.

Monday, November 19, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados II

O discurso era claro como a água. Tinha chegado a hora da verdade. Ia ser tudo posto em pratos limpos. Havia prazo e o método simplex, do mesmo nome do de 1947. Antigo no nome, porque nem sempre se pode ser original, mas mais ambicioso nas intenções, porque isto de resolver problemas de um país está numa escala muito acima de qualquer problema matemático.

Numa iniciatica concertada, a investigação iria passar a decorrer de forma organizada e transparente. Conforme acordado, anunciou-se no início do ano, o caso estaria resolvido lá para Junho ou Julho, com um «panorama realista da situação». Em Julho, porém, ainda se estava a trabalhar em colaboração. O desfecho do caso fica adiado para o final do ano. As declarações do porta-voz da investigação tornam-se cada vez mais confusas.

Sunday, November 18, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados III

Fala-se em cursos, escolas,centros de emprego, percursos, entradas, saídas, instituições, famílias, jovens e ferramentas. Os prazos vêm e vão-se ao mesmo ritmo. E o Zé Pagante a ver. Tão depressa se marcam, como se fala de novos prazos, quando os anteriores estão a expirar. Tudo isto como se nada se passasse, nada se tivesse prometido, não se estivesse a faltar à palavra dada, como se não se devesse qualquer espécie de explicação. A bem de ver, trata-se do Governo e o Zé Pagante é «o público».

Com o sério propósito de lançar alguma luz sobre o assunto, começa-se a alinhavar umas ideias. Essas linhas vêm a lume. Surgem as pistas falsas do costume. Fala-se de conspirações, estratégias, tácticas, ataques frontais e de flanco. Surge uma proposta. É um negócio de pouco mais de meio milhão de Euros. O mistério adensa-se. É chegada a altura de investigar o assunto à séria.

Saturday, November 17, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados IV

A haver alguma estratégia, o que consistia logo à partida a dar demasiado crédito à voz do dono, não seria, por certo, muito inovadora. A inovação não estava lá. Nem sequer o plano tecnológico. Tratar-se-ia, eventualmente, de assegurar o recipiente para o caldinho, deitar umas achas na fogueira, ajustar algum deve e haver e encher a pedra da lareira com fotografias tiradas com os famosos para mostrar às visitas.

A teoria da conspiração baseava-se numa antiga paixoneta, cuja beleza só está nos olhos de quem a vê. Querendo vê-la sempre em primeiro lugar, recorre-se a toda a espécie de estratagemas para o conseguir, quase sempre com resultados desastrosos. Um pedido, um queixume é logo atendido. Quando as contas saem furadas, baralha-se e volta-se a dar. Não é acreditada primeiro: repita-se a operação. Não ficou em primeiro na avaliação: essa não vale e há que fazer outra.

Friday, November 16, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados V

Se é ela que produz o maior número de desempregados do ramo, foi um tiro no pé a que se tem que dar a volta. Faz-me uma manobra de diversão e toca de fazer tabelas e gráficos «ajustados à realidade». Pode ser. Mas, como disse Lincoln, é possível enganar toda a gente durante algum tempo e alguma gente todo o tempo, o que não é possível é enganar toda a gente o tempo todo. A marosca vai entrar pelo olho do técnico como quilowatt de comboio eléctrico.

Thursday, November 15, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados VI

Tudo treta. Reunidos os suspeitos do costume, foram depois gentilmente questionados pelas várias forças da insegurança. O relatório da secreta saiu com data de Setembro, para não dar muito nas vistas. A notícia apareceu num diário em Novembro, para distrair as atenções do pessoal. Escreveu-se uma carta para um «blog». O Minhoto da Beira é que não estava a dormir e topou tudo. É assim. Em 21 de Setembro de 2004 foi lançado o novo portal do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), com uma nova imagem, organização e diversidade de conteúdos e serviços, por uma entidade e valor ainda desconhecidos. Como se esse não bastasse, a 28 de Junho de 2006, é apresentado outro portal. Sobre quem fez e quanto custou é que nada (por enquanto), mas de grande utilidade prática (ver no final do texto da ligação). O primeiro portal apresenta uma Política de Privacidade e Termos de Utilização e, o segundo, uma página sobre Privacidade e Termos de Utilização, cuja leitura atenta se recomenda.

Wednesday, November 14, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados VII

Pois nesta terra esquecida, como se não bastasse estar-se desempregado, subempregado ou simplesmente insatisfeito com o emprego actual, tem-se a nossa ficha disponível, para quem a queira consultar, da qual constam os seguintes elementos: Nome, Nacionalidade, Data de Nascimento, Sexo, Habilitações Escolares, Área Formação Escolar, Ano de Conclusão dos Estudos, Classificação Final, Estabelecimento de Ensino, Endereço, Localidade, Código Postal, Freguesia, Concelho, Telefone, Telemóvel, Email, Empresas onde Trabalhou, Data Início, Data Fim, Observações, Formação Profissional, Área de Formação, Entidade, Tempo do Curso (horas), Situação Actual, Pretende trabalhar a tempo, Disponibilidade para viajar, Regiões onde pretende trabalhar, Conhecimentos Linguísticos, Idioma, Oralidade, Escrita, Leitura. E ainda se está empregado, mas pretende mudar de emprego.

Como já foi alvitrado, noutro local, só falta publicar as fotos e as impressões digitais dos infelizes. Com as fotos consolidava-se uma posição de destaque no mercado dos portais alcoviteiros. As impressões digitais podem ser, interinamente, substituídas pelo uso de braçadeiras, outrora tão na moda. Vermelhas para os doutores, laranja para os mestres, amarelas para os licenciados (ambas com um B a azul para os Bolonheses), brancas para os bacharéis, azuis para os secundários, verdes para o 9.º, roxas para a 4.ª classe e rosa para quem souber ler escrever. Os analfabetos, de facto ou de jure (ainda em grande número), não têm direito a braçadeira.

Tuesday, November 13, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados VIII

Pense nas possibilidades. Qualquer predador pode usar todo aquele manancial de informação (são mais de 500 mil pessoas) para abusar, chantagear, corromper, extorquir, forjar, perseguir, roubar, roubar a identidade, vigarizar e/ou violar a seu bel-prazer.

Imagine o dilema. À procura do primeiro emprego, de outro emprego ou sem emprego e a pensar em ir inscrever-se num centro de emprego, sabendo que, momentos depois, qualquer pessoa, em qualquer ponto do mundo, com acesso à Internet, vai poder ler, copiar, imprimir, arquivar, processar tudo o que ficou registado.

Que fazer? Não ir ao centro de emprego? Suportar, para além da necessidade de emprego e/ou do subsídio de desemprego, para continuar a viver condignamente, o opróbrio de se ver exposto na praça pública? Arriscar perder o emprego actual, quando o empregador actual souber que está à procura de outro emprego? Procurar os serviços de entidades que respeitem a confidencialidade dos dados fornecidos? Que alternativa há, para receber o subsídio de desemprego?

Algo não está bem nesta fotografia. Mesmo sem recorrer à legislação, parece-me óbvio que se passa alguma coisa profundamente errada. Quando é que a abominável prática acima descrita vai acabar? Quem a vai fazer parar? Como? Que papel podem ter os outros órgãos de soberania, neste processo? O que vão fazer as comissões de tudo, nada e coisa nenhuma? Quem vai fazer juntar os irresponsáveis por toda esta trapalhada às fileiras dos desempregados?

Monday, November 12, 2007

O Mistério dos Licenciados Desempregados IX

Como já se referiu, anteriormente, não se sabe quem desenvolveu os portais tão ofensivos para a dignidade de mais de meio milhão de Portugueses em situação laboral difícil, ou ainda pior, sem situação laboral alguma. No mínimo os portais do IEFP estão a por em risco a integridade de todos esses Portugueses e Portuguesas. Um grupo fragilizado que dificilmente se saberá defender por si só, individual ou colectivamente.

Acima dos executantes estão quem tem estado à frente deste estado de coisas, confortavelmente, tal como peixes na água.

O IEFP é presidido por Francisco Caneira Madelino, nascido a 15 de Fevereiro de 1963, licenciado em economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), assistente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).


O IEFP é um organismo público, sob a tutela do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS). O Ministro é José António Fonseca Vieira da Silva, nascido a 14 de Fevereiro de 1953, licenciado em economia pelo ISEG da UTL, assistente convidado do ISCTE.


O Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional é Fernando Medina Maciel Almeida Correia, nascido a 10 de Março de 1973, licenciado em economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto e mestrado em Sociologia Económica no ISEG da UTL.

Ao Presidente do Conselho, ficam-lhe as responsabilidades políticas inerentes, que, nestas circunstâncias, só podem ser tomar o remédio e ir cair longe.

Quanto àquele telefonema que estão a pensar fazer para que também tenha que ir preencher a minha ficha, não desanimem: podem ir andando para o fim da fila. Há quem esteja à espera dessa oportunidade há muito mais tempo.

Monday, November 05, 2007

Celebrity Big Brother III

Oprah Calls Abuse Charges at South Africa School 'Devastating'; Accused Matron Freed on Bail
Monday, November 05, 2007

Oprah Winfrey: Abuse Scandal 'Most Devastating Experience of My Life'
MONDAY NOVEMBER 05, 2007 07:30 AM EST
MONDAY NOVEMBER 05, 2007 09:30 AM EST UPDATED
By Stephanie Hanes

Employee of Oprah's South African girls school arrested
Last Updated: Friday, November 2, 2007 | 4:38 PM ET

Oprah Winfrey Calls for Justice in Abuse Case
FRIDAY NOVEMBER 02, 2007 03:35 PM EDT
By Stephen M. Silverman

Ex Oprah School Employee Arrested on Abuse Charge
FRIDAY NOVEMBER 02, 2007 07:55 AM EDT
FRIDAY NOVEMBER 02, 2007 11:45 AM EDT UPDATED
By Stephen M. Silverman

South Africa probes abuse allegations at Oprah school
By Bate Felix Wed Oct 31, 10:26 AM ET

Gayle King Calls Oprah's School Abuse Allegations 'Heart Wrenching'
TUESDAY OCTOBER 30, 2007 08:15 AM EDT
By Jeffrey Slonim and Kate Stroup

Oprah Apologizes to Families at African School
MONDAY OCTOBER 29, 2007 09:55 AM EDT
By Caris Davis

Tearful Oprah begs forgiveness
28/10/2007 23:01 - (SA)
Gavin Prins, Rapport

US team probes Oprah's school
25/10/2007 12:39 - (SA)
Verashni Pillay

Abuse at Oprah school probed
23/10/2007 16:42 - (SA)

Oprah's school in scandal
21/10/2007 20:20 - (SA)
Gavin Prins, Rapport

Drama at Oprah's SA school
17/10/2007 23:15 - (SA)

Oprah defends school rules
15/05/2007 10:18 - (SA)
Charles Smith, Beeld

Oprah girls quit over Afrikaans
06/05/2007 21:19 - (SA)
Gavin Prins, Rapport

Oprah Opens Another South African School
FRIDAY MARCH 16, 2007 01:25 PM EDT
By Stephen M. Silverman

Oprah opens second SA school
16/03/2007 16:37 - (SA)

Oprah's school 'too strict'
11/03/2007 18:39 - (SA)
Gavin Prins, Rapport



Previous posts:

Celebrity Big Brother II

Celebrity Big Brother I

Friday, October 26, 2007

Wisdom

THE KNOWLEDGE REVOLUTION
Why Victory Will Go to the Smartest Nations & Companies


Nations that learn faster will prosper. But it will take something else – wisdom – to endure.

ZAKARIA, Fareed – The Earth's Learning Curve. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 7
 

Thursday, October 25, 2007

Knowledge

Knowledge can produce equally powerful ways to destroy life, intentionally and unintentionally. It can produce hate and seek destruction. Knowledge does not by itself bring any answer to the ancient Greek question “What is a Good Life?” It does not produce good sense, courage, generosity and tolerance. And most crucially, it does not produce the farsightedness that will allow us to live together – and grow together – on this world without causing war, chaos and catastrophe. For that we need wisdom.

ZAKARIA, Fareed – The Earth's Learning Curve. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 8

Wednesday, October 24, 2007

Science and Engineering

Now science and engineering, which first helped to advance the Industrial Revolution, have become critical in advancing the services revolution. Services such as supply-chain management represent an increasing proportion of business revenues in the developed world, and “need more science and engineering” in how they are designed, built and deployed ... “Otherwise, their complexity and costs will be a major impediment to progress.”

FRIEDMAN, Thomas L. - The Exhausting Race for Ideas. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 11

Tuesday, October 23, 2007

Flat World

It is no surprise, therefore, that those societies with the most innovative scientists, universities, engineers and technology companies able to solve complex problems … have enjoyed rising standards of living over those societies without them. What I call the “flattening” of the world – the fact that more people from more places have more tools to compete, connect and collaborate than ever before – is only accelerating this, for several reasons.

The first has to do with the fall of the wall and the rise of Windows.

FRIEDMAN, Thomas L. - The Exhausting Race for Ideas. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 11

Monday, October 22, 2007

Race for IQs

This has made knowledge so much more valuable for individuals, and helped transform the global power game from one that was mainly about the race for ICBMs into one that is more about a race for IQs. The more knowledge workers your country has who are able to author their own content and innovations in digital form, the more productive your economy and, therefore, the more powerful your country.

FRIEDMAN, Thomas L. - The Exhausting Race for Ideas. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 11

Sunday, October 21, 2007

Best

Given the ease with which capital can move to the smartest, most efficient, most reliable work force, having more skilled and capable workers than the next country becomes essential for attracting and holding the best jobs for the longest time.

FRIEDMAN, Thomas L. - The Exhausting Race for Ideas. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 12

Saturday, October 20, 2007

Working Smarter

Working smarter and smarter rather than working cheaper and harder is really the only strategy for a developed society to compete with a low-wage juggernaut … Why? Because we need our workers to leverage technology so that one person can do the work of 20 rather than have 20 cheap laborers do the work of one.

FRIEDMAN, Thomas L. - The Exhausting Race for Ideas. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 12

Friday, October 19, 2007

Talent

Creative-sector occupations – in science and technology, art and design, culture and entertainment – have grown since 1980 from 12 percent of the work force to between 30 and 40 percent in most advanced countries today. This makes talent the fundamental factor of production, and attracting such talent the central battle in global competition.

FLORIDA, Richard - Minds on the Move. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 14

Thursday, October 18, 2007

Thrive

To thrive … , nations must bring out the best from all workers, not just a select elite. They must have respect for the rule of law and intellectual property rights, and encourage risk taking and innovation in flat organizations and informal communities, which can share knowledge without unnecessary delay or filters, unhindered by rigid hierarchy or political correctness.

LEE Hsien Loong - The Singapore Way. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 32

Wednesday, October 17, 2007

Thinking Hands

We must move beyond gathering and managing knowledge to emphasize creating our own knowledge. We are doubling our R&D investments over the next five years. The government will provide the initial push in terms of funding, manpower training and capability building. But the purpose is to jump-start private-sector R&D efforts that will ultimately yield economic dividends. Our public libraries epitomize the way technology helps every citizen to access and exploit information. Users can reserve books, videos or Cds from anywhere in the system, even over the Internet, and return them anywhere convenient. Every item is tagged and tracked with a radio-frequency identification chip, and IT makes it all work. There will be no barrier to knowledge, information and lifelong learning.

Our universities maintain open access, but rigorous academic standards; our polytechnics impart professional expertise through a practice-based curriculum, and our Institute of Technical Education equips students with hands-on technical skills and critical thinking habits. We are also investing heavily in upgrading the skills of the work force, keeping older workers current and employable. On an intelligent island, every pair of hands has to be a pair of thinking hands. None should be mere hewers of wood or drawers of water.

Globalization will force nations to reallocate resources, restructure their economies and reorient their societies for the future. Singaporeans accept this as a given. We are remaking ourselves into a key node in the global knowledge network, securing our place under the sun (Lee, p. 32).

LEE Hsien Loong - The Singapore Way. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 32

Tuesday, October 16, 2007

Suitable for Employment

Of the [China] mainland’s 1.6 million young engineers, so many are biased toward theory, with little hands on-project experience, that only one tenth of them are considered suitable for employment in multinational companies, according to McKinsey & Co. consulting.

Liu, Melinda - How High?. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 34

Monday, October 15, 2007

Sharing

The new work paradigm – sharing, rather than protecting, trade secrets – is quickly becoming the way forward.

Foroohar, Rana - Learning to Share. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 40

Sunday, October 14, 2007

Networks

… economics itself is changing; Thomas Schelling was given this year’s Nobel Prize, in part, for showing that people tend to cooperate a lot more than traditional, rational economic models say they will. In an upcoming book entitled “The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom,” Yale professor Yochai Benkler sees a fundamental break with the past, when people worked in one of two ways: under the orders of managers in big organizations or for themselves, following market cues. Now, says Benkler, “we’re seeing the emergence of a new, third mode of production,” which he calls “the new networked information economy.”

Foroohar, Rana - Learning to Share. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 41

Saturday, October 13, 2007

Services vs. Patents

IBM earns more on Linux services, than it does from its entire patent portfolio.

Foroohar, Rana - Learning to Share. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 42

Friday, October 12, 2007

Open-Source

This economic flattening doesn't stop at the corporate world. It's no accident that the Scandinavian countries at the top of the World Economic Forum's "most competitive" list are those that use open-source principles in government. Finland and Denmark, for example, save hundreds of millions of euros a year by emplying open-source systems for jobs like bidding on government contracts. Thailand is moving toward open source after it found that coordination between government agencies and NGOs was hindered during tsunami relief because each group was working on separate computer systems.

This goes beyond code to issues of social and economic inclusion. In the United Kingdom, New Labor has for several years been pushing "joined-up" government as a way of solving the complex problems of the day. Geoff Mulgan, the prime minister's former head of policy, envisions a day soon in which citizens will participate in parliamentary processes online, perhaps even helping to draft legislation.

The ramifications of knowledge sharing are even greater for developing nations. Countries like Brazil, India, South Africa and China opt for open source, in part, because they don't want to run their armies, and everything else, on software made in Redmond, Washington. "By allowing countries to feel more like participants in the commercial process, rather than just customers, it produces a more self-confident society," says Charles Nesson, head of Harvard's Berkman Center for Internet & Society. "That, in turn, produces a more secure global environment."

Foroohar, Rana - Learning to Share. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 42

Thursday, October 11, 2007

Real Power

As economic models of selfishness and competition evolve under pressure from the open-source philosophy, a new "science of happiness" has sprung up to analyze what – beyond monetary rewards for specific tasks – really satisfies us. One of the answers, it seems, is connection to others, and an important role in shapping our own world. If that sounds softheaded, consider the backlash. Sharing knowledge is a serious threat to the status quo. China is forcing Internet companies to turn over digital information on dissents. Hollywood and the music industry are pushing for tougher patent and copyright laws. The bottom line is something that Smith would not dispute: groups have greater stores of knowledge than individuals. And knowledge is power. Not soft power. Real power.

Foroohar, Rana - Learning to Share. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 42

Wednesday, October 10, 2007

Flow of Knowledge

Blocking the free flow of knowledge, paradoxically, exacerbates the excess supply, diminishes human welfare and puts us on the road to economic extinction.

Quah, Danny - Knowledge Glut. In «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p. 43

Tuesday, October 09, 2007

Knowledge Workers

1) Hire by committee
2) Cater to their every need
3) Pack them in
4) Make coordination easy
5) Eat your own dog food
6) Encourage creativity
7) Strive to reach consensus
8) Don't be evil
9) Data drive decisions
10) Communicate effectively

Versão integral do artigo

SCHMIDT, Eric; VARIAN, Hal – Google: Ten Golden Rules, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 48, 52 – 53.

Monday, October 08, 2007

Information Puzzle

PALMISANO, Sam - The Information Puzzle, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 62 – 63

Sunday, October 07, 2007

Stealth

Let’s locate the greatest vulnerability of the “knowledge economy.” Easy. It’s ignorance. In a globalized and digitized world, we are awash in what might be called “microknowledge”: data bases, music downloads and financial transactions, eBay’s annual listings are now approaching 2 billion, almost five times the level in 2001. Half are outside the United States; from 12 percent to 15 percent of final sales involve cross-border purchases. But then there’s “macroknowledge,” meaning the great forces that move history: the impact of new ideas, mass movements and technologies; changes in political and social systems; the evolution of geopolitical relations; the transformation of cultures. Here we are where we’ve always been: we’re in the dark.

Samuelson, Robert J. - The Stealth Factor, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 74 – 75.

Saturday, October 06, 2007

Knowledge Asymmetry

The connection between education and social and upward mobility has never been more stark for the Indian people. There are countless examples of families sacrificing on basic necessities to ensure that their children get the right education. Demand for English classes, from the first grade on up, is booming. But primary education remains the bane of India. For Indians older than 6, the national mean for years of schooling is three. In neighboring Sri Lanka it is 7.5. There is now a huge drive to ensure that basic education is made accessible to every Indian child. India’s youthful demographics should be a competitive advantage, but it will be wasted without broader access to primary education.

The final frontier of the rise of Indian education is in governance. India has the benefit of being a free society. The diversity of opinion, the traditional adherence to representational democracy and a vigorous free media help ensure that there is healthy debate, with checks on the abuse of power and corruption. Yet there are still those who yearn for a harder regime, with less debate about development strategies and more action. And there is still too much government secrecy and corruption. The solution to this conundrum is to marry all the strengths of India – its highly educated and globally aware talent, its democratic traditions and the power of modern information technology. If this is done to ensure that the knowledge asymmetry between the ruler and the ruled is eliminated by exposing the innards of government functioning to the people, then the holy grail of a society that both is free and can rapidly eliminate poverty will be achieved.

India could even be a model for nations seeking to go from developing to developed status on the strengths of its education and its knowledge economy.

Nilekani, Nandan - Poor and Mighty, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 93.

Friday, October 05, 2007

Unemployable

Yes, India is rising fast as a tech power and turning out 280,000 engineers a year, but according to various analysts, as few as one in 25 is ready for international competition.

...

Today that are an estimated 5,3 million university graduates in India who are unemployed, having been left behind by the increasing rigorous demands of the tech-driven economy. While India’s top universities - such as it seven Indian Institutes of Technology (IITs) and a few other elite institutions – turn out world-class graduates, fewer than 1 percent of India’s 3 million annual grads attend those schools. “There is a need to make India’s institutions of high education and research world-class,” said Indian Prime Minister Mammohan Singh last August as he launched a Knowledge Commission to advise him on how to fix the broken universities.

For all the hype about India’s rise as an Information Age power, its higher-education system is largely antiquated and grossly underfunded. Not a single Indian University is among the top 10 in Asia, let alone the world, according to the National Association of Software and Service Companies, an umbrella organization for India’s $5 billion outsourcing industry, which scrambles to fill the 150,000 new jobs it creates each year. “The graduates you see on the outside, in places like Silicon Valley, are the cherry on the cake,” says Shekhar Gupta, CEO of Indian Express Newspapers, “but underneath the cake is largely rotten.”

For starters, there are not enough Indians attending universities. While 82 percent of college-age youth in America attend a university, only 7 percent (a total of 10 million) do in India. For India to become a “global power” in the next decade says Sam Pitroda, the Knowledge Commission’s chairman, it needs to begin attending to its vast underclass and send 25 percent of its youth to universities - good universities. “We eventually need 70, not just seven IITs,” he says.

The rub is money. India spends only 3 percent of its budget on education - compared with 17 percent spent on defense - and less than one third of that goes to its 342 public universities and their 17,000 affiliated colleges. Most Indian university students face overcrowded lecture halls and classrooms, dilapidated buildings and inadequate labs, computer banks and libraries. Many facilities and teaching practices date to colonial times when, Indian critics say, the British set up universities to turn out babus, or loyal clerks. To this day, critics say, there are way too many “soft” courses such as Sanskrit and philosophy. “The higher-education indication system is very much cut off from reality” and the needs of today’s labor market, says Father Ambrose Pinto, principal of Bangalore-based St. Joseph’s College

Besides the IITs, a few top universities do serve the job market well, marrying academic excellence to the needs of a rapidly modernizing India. At New Delhi’s Jawaharlal Nehru University, the first to set up a biotechnology center, many students major in interdisciplinary life sciences, international relations or economics and finance. But like all public universities - there are only a handful of the good private universities - JNU is wholly funded and largely governed by the central government’s University Grants Commission.

Because of India’s egalitarian outlook, the commission doles out its budget more or less equally to all 342 public universities, whether they are in expensive cities or remote Bihar. Faculty salaries start at a little more than $400 a month, including perks, and the rise to just over $1,000 for a full professor, whether one teaches Sanskrit or economics. A top graduate in economics can start at $2,000 in the private sector, so it is no wonder that senior faculty are fleeing for the business world. “Forget hiring new faculty for emerging academic fields like biotechnology,” says M. S. Thimmappa, vice chancellor of Bangalore University. “I don’t even have the funds to fill 150 teaching posts that have been vacant for years.”

All university students, regardless of their school or major, pay the same tuition of about $10 a year. Educational reformers argue that fees should be hiked for the wealthiest, but New Delhi has not heeded the call.

Already, educators and business leaders say that the quality of university graduates is in decline. According to the umbrella association for software and service companies, only about 10,000 of the 280,000 engineers who graduate annually, or just 4 percent, are of international caliber. A recent study by the McKinsey Global Institute rated 25 percent of Indian engineering grads as qualified for work in multinational companies, compared with 50 percent of Hungarian or Polish graduates. JNU vice chancellor B. B. Bhattacharya says the top 10 percent of Indian grads are world-class but the remaining 90 percent are “almost unemployable.”

Nor are private schools necessarily the answer. In 2003, Chhattisgarh state, with two public universities for a population of 21 million, passed a law allowing private universities. Over the next 18 months, more than 100 such schools opened for business, charging high fees. But many were run out of tenement apartments and of little educational value. Eventually the Supreme Court stepped in, shutting most of them down.

More funding is not likely. The government’s spending priorities are defense, popular subsidies and property programs. Bhattacharya can see one rosy budget scenario: Indian strikes a surprise simultaneous peace with China and Pakistan, freeing defense funds for higher education. That unlikely vision shows, says Bhattacharya, that plans for improving India’s universities are in the “dream stage.” That’s a pity, because without a topflight higher-education system catering to a wider swath of Indian youth, the county’s dreams of becoming a First World power one day may never be realized.

Moreau, Ron; Chatterjee, Sumeet - The Unemployable Masses, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 94-5.

Thursday, October 04, 2007

Classless

The international comparisons show clearly that performance variations between schools and between students tend to be greater in those countries that channel kids at an early age into different levels of programs and schools

The German school system, for example, divides kids at as young as ten years into vocational and academic tracks. Children of white-collar parents are four times more likely than blue-collar children to enroll in the university track - even if they do not perform any better. While Germany’s policymakers have been pursuing educational reforms on many fronts, they shied away from tackling these structural inequities. While some officials claim they need to wait for conclusive evidence of socioeconomic disparities that will take at least a decade to collect, kids are being left behind. Many other countries show similar patterns; France did not even bother to publish PISA’s evidence on social inequalities between schools.

Similar patterns are visible in higher education. Among the 30 members of the OECD, most are sending more people to college, but some are gaining faster than others. Since 1960 South Korea has tripled its number of graduates, as a share of population, and rose from 21st to 3rd in OECD rankings. Most of Europe’s major economies, including France, Italy and the United Kingdom, just held their ground or fell behind. Germany dropped from 14th to 23rd.

These gaps are likely to widen. Most continental European countries are not making the investment required to create more university openings. Average government spending per higher-education student in the European Union is less than half of that in the United States. And Europe still tends to block universities from charging tuition, on the ground that making people pay will hurt the disadvantaged. The truth is that the higher-education spending in Europe is very regressive now, with working-class children highly underrepresented. In France and Germany, only about one third of all secondary-school grads go on to higher education.

Access to universities is much broader in other wealthy regions. In Northern Europe more than two thirds of secondary-school grads now go on to higher education, the result of massive public spending. The United States and many English-speaking countries, as well as Japan and South Korea, have opened higher education to more students by making those able pay for part of the costs. But quality in education is not only a question of money. The United States and Italy are ranked 1st and 4th on spending per student until the age of 15, but only 26th and 24th in terms of the performance of 15-year-olds. In contrast, Finland and the Netherlands ranked 15th and 14th on spending but 1st and 3rd on mathematics performance.

Europe’s school system has yet to become a modern-knowledge industry, in the sense of one constantly transformed by the latest intelligence on best practices. There is, of course, a large body of research about learning, but much of it is unrelated to real life learning. Even the relevant research has an insufficient impact because education is dominated by local practitioners working in isolation and relying on folk wisdom about what works. Central direction, which still dominates European schools, needs to give way to teacher engagement in the search for what works.

Some argue that leaving schools greater discretion will lead to greater inequality. The evidence suggests otherwise: Finland, which has freed schools and teachers to create a “knowledge rich” environment, is not only the top performer overall, but test performance varies little from school to school. And some of the most centralized European systems, including Austria, Germany, France and Switzerland, display some of the largest performance differences between schools.

Educational outcomes matter. OECD studies show that the money and time individuals spend on university qualifications pay dividends that are larger than real interest rates, and often significantly so. Moreover, the earnings gap between the well educated and the rest is a growing in most OECD countries. Not least, improved education helps to raise labor productivity and technological progress. Among OECD nations, a one-year increase in the average education level of the population raises economic output by 3 to 6 percent. Widening access to education is a smart competitive move.

Schleicher, Andreas - A Classless Act, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 96-97.

Wednesday, October 03, 2007

Sputnik Was Nothing

How much longer will the United States be a superpower? Not much, if we do not wake up to the fact that our economic strength, which has underpinned our political and military might for two centuries, is decaying. In the 21st century, economic power will be derived from skills and innovation. Nations that don't invest in skills will weaken: it is that straightforward. And today the evidence of U.S. decline is even more urgent than the shocks that sent us scrambling after Sputnik in the late 1950s or during Japan's surge in the late 1980s.

America is no longer winning the skills race. South Korea, with one sixth of the U.S. population, graduates as many engineers as the United States. China graduates four times as many; India, five times as many. Just as more than half of America's current science and engineering work force is approaching retirement, the flow of foreign talent is starting to dry up. For the first time in my memory, we're at the wrong end of a brain drain, as foreign-born grads in science, technology and engineering either return home after getting U.S. degrees or stay home in the first place.

And we are not replenishing those losses from within. In international mathematics exams, 15-year-old American students performed well below the mean of participating countries. This is little surprise, since teaching out of one's field of expertise is common in the United States, especially in math and science. Nearly 70 percent of American middle-school students are assigned to teachers who have had neither a major nor certification in mathematics.

The United States needs a new strategy. We must start by improving teaching in public schools, where more than 85 percent of our schoolchildren are educated. If teaching remains a second-rate profession, America's economy will be driven by second-rate skills. The Teaching Commission, the bipartisan organization I founded, has articulated an agenda to re-create the teaching profession. Local boards and superintendents must pay teachers much more and reward performance with sensible market incentives, so we can attract the best and brightest.

Schools of education have for years been sleeping cash cows, which college presidents have refused to disturb. Teacher-training standards are too low. Curricula are focused too much on pedagogical theory and too little on subject content and pragmatic technique. The result: teacher-education programs are contributing to the problem of inadequate teacher quality. Governors must pressure college presidents to raise standards, redesign programs of study and launch universitywide efforts to get top graduates, especially those with math and science majors, to enter teaching.

We must clear away stifling bureaucracy. States need to streamline certification and licensing while raising professional standards. Localities need to free principals from onerous teacher work rules, so they can assemble teams and lead. Businesses must also play their part. A good model is the Transition to Teaching program announced recently by my former company, IBM, which will enable some of its most experienced employees to become fully accredited teachers.

A new national strategy doesn't stop at the schoolhouse door. There is also a powerful emerging consensus for action, perhaps best articulated in a recent report by the National Academy of Sciences. In order to preserve America's "strategic and economic security," the Academy says, the nation needs, among other things, to recruit 10,000 science and math teachers annually through merit-based scholarships, ramp up federal investment in basic research by 10 percent a year over the next seven years and offer new competitive grants for the study of math, science and engineering.

We should heed those calls and consider other bold strokes, including reinventing our federal departments of Labor and Education as an integrated, innovative Department of Skills—with a name and a mission that actually reflect the work that needs to be done. This is no time for complacency. Developing economies are surging and developed economies are slipping. Only a serious, swift and sweeping effort to close this gap will keep us healthy competitors.

Gerstner, Louis V. Jr. - Sputnik Was Nothing, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 98.

Tuesday, October 02, 2007

Serious

In the knowledge economy, what you know is more important than where you live. So how do we keep our edge? First, by giving every student a quality education from the start. Four years ago we launched the bipartisan No Child Left Behind Act. It promised higher classroom standards, more choices for parents and greater flexibility for states. Above all, it demanded accountability for results.

Our schools are delivering. Fourth- and eighth-grade math scores have risen to record highs, according to the "Nation's Report Card." Young African-American and Hispanic students have dramatically narrowed the "achievement gap." And among all 9-year-olds, more reading progress was made in the past five years than in the previous three decades. We're keeping our promise. Among older students, however, the world threatens to leave us behind.

The evidence is mounting and troubling. The United States has fallen to ninth in the world in high-school graduation rates among 25- to 34-year-olds. Studies show that less than half of those who do graduate are ready for college-level math and science. "The scientific and technical building blocks of our economic leadership are eroding at a time when many other nations are gathering strength," reports the respected National Academy of Sciences.

Thomas L. Friedman, author of "The World Is Flat," argues that other nations have learned to take advantage of innovations the United States pioneered. Sadly, in many respects, our education system has not taken advantage.

This is especially true of high schools, which Bill Gates calls "obsolete." Twelfth-grade exit exams usually measure ninth-and 10th-grade skills, leading colleges and employers to discount the results. Fewer than half the states require at least three years of math and science to graduate. Only one in five graduates in the work force says he or she was adequately challenged by coursework. It's no wonder high-school test scores have barely budged since the 1970s—or that states spend $220 million a year on remedial writing for public employees.

Our high schools deserve reform. The president and I want to provide states with the resources to measure student knowledge in core subjects annually, and to offer intensive reading instruction to students who badly need it. A high school diploma must be a ticket to success in college and the work force, which are increasingly connected in the knowledge economy. About 80 percent of the fastest-growing jobs will require some postsecondary education.

But at a time when we need to take higher education more seriously, much of the media and culture treat it as a lark. While helping my daughter prepare for her freshman year, I found plenty of guides on the best party schools and "Schools That Rock," but none on, say, the highest earnings after graduation.

Parents and students need better information—and so do policymakers. I have formed the Commission on the Future of Higher Education to address the vital issues of access, affordability, accountability and quality. Too often, families assume that they are priced out of the college market. And too often, policymakers assume that students are being equipped with the critical thinking skills needed to prosper in the knowledge economy. We must replace assumptions with data.

Preparing for the future is a moral and economic imperative. Last year China's schools graduated more than 600,000 engineers and India's schools produced 350,000, compared with 70,000 in America. Do the math: their top 10 percent outnumbers all of America's. Many firms may agree with Intel chairman Craig R. Barrett: "If the world's best engineers are produced in India or Singapore, that is where our companies will go."

Thanks to our schools, the 20th century was known as the American century. The 21st century is still up for grabs. We know what works—higher expectations, more choices and better data. It's time to make education in America a picture of reform.

Spellings, Margaret - Let’s Get Serious, in «Issues 2006», Nova Iorque: Newsweek, 2005, p 99.

Sunday, September 23, 2007

Mental Breakdown

Russian authorities are sending critics to psychiatric wards. Speaking out now seems evidence of madness.

Soviet doctors once joked that the best way to get thrown into a psychiatric hospital was to send a telegram to Leonid Bezhnev that was critical of the Russian leader. Now that old gallows humor might have to be resurrected. Doctors and Kremlin critics say over the past year at least 10 journalists, political activists or critics of local authorities have been wrongfully hospitalized in mental hospitals. And though forcible psychiatric treatment for political reasons is still rare, ... Russia's mental hospitals are routinely used by unscrupulous relatives and criminals to remove inconvenient family members ... But increasingly, it is critics of authority who find themselves sent off to state hospitals.
...
For old dissidents like Vladimir Bukovsky, who was forcibly committed to a psychiatric clinic in the 1960s, these stories bring back chilling memories. "Once you are admitted to a mental hospital, he says, "any attempt you make to criticize the system or treatment will be evaluated as a sign or even proof of insanity." In modern Russia, it seems, as in the Soviet Union, you'd almost have to be mad to speak out.

MATTHEWS, Owen; NEMTSOVA, Anna. «Mental Breakdown», Newsweek, CL (10), Set. 3, 2007.

Saturday, September 22, 2007

VI. Doutor Doom

O Doutor Doom (Joseph von Doom) é um personagem de ficção, um supervilão. A revista Brucho considera-o o quarto maior vilão de todos os tempos. Um cientista brilhante, Doom foi colega da Fe, uma das Quatro Fantásticas. Viria, no entanto, a amargurar por causa dos seus ciúmes da Fe e pelas suas características faciais, resultado de uma experiência que correu mal.

Doom é o arqui-inimigo das Quatro Fantásticas, mas também tem sido incluído nas galerias dos malfeitores do Castigador, Surfista Prateado, Capitão América, Garota Esquilo, Homem de Ferro e Homem-Aranha, entre outros. Doom também enfrenta vilões como o Magnético e o Veneno. É o arquétipo dos vilões, um dos mais conhecidos da banda desenhada. Como governante de uma pequena nação, goza de imunidade diplomática, característica rara entre os personagens das revistas de quadradinhos. Pode ser visto nas lojas em embalagens triplas contendo Doom, o Joker e o Coiso.

Apesar de ser um supervilão, o Doutor Doom é considerado um herói na sua terra e no planeta onde vive, um planeta onde os heróis são tratados como traidores, por o terem abandonado, para voltarem a pôr os pés na terra, enquanto Doom prefere continuar a defender as suas quimeras.

Von Doom começou por estudar o oculto, desenvolvendo as suas capacidades científicas inatas. Devido aos rumores sobre a sua mente brilhante e à sua sofisticação técnica, a sua extraordinária reputação chegou ao conhecimento do director da Faculdade de Ciências da Universidade das Luminárias, para a qual lhe foi oferecida uma bolsa de estudos. Durante esse tempo, Doom conheceu a Fe e o Coiso. A Fe, em particular, viria a representar uma ameaça para a sua autoconvencida superioridade. Doom começou a fazer experiências extradimensionais perigosas.

A investigação de Doom centrou-se na construção de um aparelho de projecção transdimensional com o qual ele pudesse comunicar com os cientistas e criadores de empresas de tecnologias da informação, do seu tempo. Fe indicou-lhe um defeito que havia no projecto, mas o orgulho de Doom impediu-o de aceitar o conselho da Fe e reparar o aparelho antes de o testar. O equipamento funcionou na perfeição durante 2 minutos e 37 segundos. Durante esse tempo, Doom descobriu que os cientistas e empresários eram prisioneiros de Mefistófeles. O aparelho explodiu e danificou, temporariamente, a face de Doom que ficou com os dentes à mostra. Sabe-se, hoje, que isto foi obra de Mefistófeles e o defeito só se notava quando ele se ria, mas a incrível vaidade de Doom magnificava-o num desfiguramento horrível. Recusando-se a aceitar a sua própria responsabilidade, Doom culpou Fe pelo acidente, achando ser mais fácil acreditar que tinha sido Fe que, por ciúme, tinha sabotado o seu trabalho, do que admitir a sua própria incompetência.

Doom saiu da universidade, pouco depois, e viajou à procura de uma cura para a sua cara desfigurada, a qual via como um símbolo do seu fracasso. Eventualmente, Doom descobriu uma aldeia de sábios entre os quais viveu algum tempo. Tendo dominado as suas artes mágicas, conseguiu que os sábios o ajudassem a construir um fato blindado. Na sua pressa de vestir o fato e começar a sua nova vida como Doutor Doom, pôs a máscara acabada de fazer antes dela ter arrefecido completamente. Se a sua face não tinha ficado permanentemente desfigurada antes, ficou nessa altura. O fato tornou-se o seu símbolo e, graças aos seus avanços tecnológicos, pô-lo a par da maioria dos supervilões, em termos de poder pessoal. Regressado à sua terra, ajudou a derrubar a ministra anterior e coroou-se a si mesmo rei. Governando com pulso de ferro e uma vontade igualmente inabalável, Doom começou por dirigir os recursos da sua pequena nação para a concretização dos seus fins.

Doom foi brevemente destronado por Zorba, um príncipe de uma família real que Doom tinha ajudado a depor. Depois de meses no exílio, Doom consegiu convencer as Quatro Fantásticas a ajudá-lo a reconquistar o seu ministério, mostrando-lhes que sob a reinado do corrupto Zorba, a nação tinha caído na criminalidade e na pobreza. Quando Zorba soube que Doom tinha voltado, decidiu abandonar o seu próprio povo às suas forças robóticas, para evitar um golpe de estado de Doom. Pensando que o sucessor de Zorba era uma ameaça maior para o país, as Quatro Fantásticas concordaram, relutantemente, ajudar o seu inimigo. Em breve a ministra Cárite era eliminada e Doom regressou ao trono. Nesse processo Doom adoptou Elmo Bernardo e criou-o como seu herdeiro. Para além disso, como Doom considera o seu génio e liderança como um bem sem preço na Terra, usou Elmo num plano de segurança, para ser seguido na circunstância excepcional do seu afastamento prematuro. Os conhecimentos e memórias de Doom foram copiados para o cérebro de Elmo. Às vezes Elmo até chega a pensar que é Doom, mas apercebendo-se da realidade, submete-se às ordens de Doom. Elmo é meio irmão da Fe, odiada rival de Doom, ainda que nenhum dos três se aperceba deste facto.

Mais tarde, Doom dar-se-ia conta que não era necessário autolimitar-se, focando-se só nas tecnologias e usando só, ocasionalmente, os seus poderes mágicos inatos. Vendeu a alma da sua amada de infância a um trio de demónios em troca de poderes mágicos ilimitados e uma nova blindagem para a sua pele. Em resultado desta estória, Doom condenou-se ao Inferno.

Friday, September 21, 2007

Actualidades III.1. Resistências à Reforma Universitária

MILLER GUERRA- As Universidades Tradicionais e a Sociedade Moderna: Aviso Prévio Efectuado na Assembleia Nacional em 14 de Abril de 1970 Seguido do Respectivo Debate, Lisboa, Moraes, 1970.

Excertos:

O Sr. Miller Guerra: - …

As principais resistências à reforma universitária afiguram-se-me ser de duas ordens; uma de natureza intrínseca ou institucional, a outra de natureza extrínseca, social ou, melhor dizendo, sócio-política. Não quero dizer, de forma nenhuma que tudo se reduza a estas duas alíneas. Mas entendo que, tocando nelas, vou levantar uma série de questões, de problemas, de interrogações e de dúvidas que provavelmente nos dias seguintes aqui serão debatidos.

Começo pelas resistências intrínsecas ou institucionais. Fazendo uma análise, mesmo superficial, da organização do nosso ensino superior, desde a base até ao vértice, podemos vislumbrar uma pirâmide com uma base enormíssima, alargadíssima, constituída pelos estudantes, e um vértice, que naturalmente é um ponto, constituído pelo Ministro. …

Este conjunto constitui … as forças ou, melhor dizendo – não empregando por enquanto esta linguagem -, as camadas permanentes, fixas, imutáveis, inamovíveis, de toda a pirâmide. O ministro e os estudantes constituem as camadas móveis, transitórias, ou mesmo efémeras.

Por esta constituição e por esta análise se verifica rapidamente que, por mais reformadores que sejam os Ministros ou por mais reformadores, ou mais que isso, sejam os estudantes, há umas estruturas que permanecem, que ficam, que se conservam. … Estas são forças permanentes. As outras, as transitórias, realmente são pouco poderosas, mesmo quando estejam cheias de ardor e de razão.

Aqui temos nós, portanto, neste rápido esboço que fiz da organização, como é necessária uma reforma, não apenas de uma parte e que se limita a uma alteração ou modificação circunstancial, mas, realmente, uma reforma de estrutura, uma reforma institucional. …

Quanto às resistências externas, elas estão naturalmente interligadas, sobretudo no sistema universitário que nos rege, às resistências internas, visto que a Universidade, embora ande desligada da vida nacional, está ligada a ela por elos extrínsecos e quase furtivos.

Os catedráticos ocupam na vida política, na vida económica e nos centros directores da vida nacional posições de relevo, posições excepcionais, posições de comando. (p. 9 – 12)

Thursday, September 20, 2007

Actualidades III.2. Linhas Gerais de Um Projecto de Reforma

Em primeiro lugar, parece-me que não há nenhuma espécie de reforma duradoura enquanto não se proceder à reorganização do Ministério da Educação Nacional. Um Ministério que foi criado para uma sociedade do século XIX, mesmo quando esta sociedade não tinha tido um ritmo rápido de evolução, mesmo com o ritmo lento que temos tido, está evidentemente desactualizado. Este é um dos primeiros obstáculos a vencer, se se quer fazer uma reforma importante e honrada. Não me compete a mim delinear nem dizer quais as linhas principais dessa organização. No entanto, permito-me sugerir que uma organização do tipo moderno, com órgãos de estudo e de gestão dependentes do Ministério, pertencendo a ele, é fundamental. Não se podem fazer reformas modernas com organizações administrativas anacrónicas. Mais: de pouco vale dizer que vamos fazer uma reforma administrativa se não houver uma reforma política que a oriente e apoie. É excelente haver reformas administrativas, é mesmo óptimo. Mas elas são ineficazes ou de pequeno alcance, se não tiverem uma orientação política firme, decidida e progressiva. (p. 15 – 16)

Wednesday, September 19, 2007

Actualidades III.3. As Universidades Não Se Auto-Reformam

… desejava fazer alguns breves comentários a uma fórmula que não posso dizer que é da minha autoria, porque nada daquilo que eu digo é da minha autoria. Quando digo «eu», subentende-se «nós», quer dizer, um grupo de pessoas que deseja que as reformas universitárias se façam segundo um determinado espírito.

Eu sou apenas aqui, neste momento, o ressoador, o verbalizador dos anseios e esperanças de um vastíssimo grupo que não tem acesso a esta tribuna e muitas vezes nem acesso sequer aos órgãos de informação. Eu disse e volto a afirmar, «nós dissemos», que as Universidades não se auto-reformam.

Esta fórmula, que me parece evidente e que nem sequer fui eu que a inventei, apenas me cabendo alguma responsabilidade na sua vulgarização entre nós, tem sido combatida com um argumento que me parece sofístico e que eu vou apresentar. … Quando digo que as Universidades não se auto-reformam, quero significar que as Universidades não tomam a iniciativa da reforma nem a acompanham até às últimas consequências. E quando chamo reforma … digo transformação da vida universitária, e não apenas mudança de cadeiras ou de horários.

Nem na história, nem no presente, as Universidades do estilo coimbrão-napoleónico-latino, que são as nossas, jamais se auto-reformaram. É isto que quero dizer quando falo na impossibilidade de as Universidades se auto-reformarem. Não quero dizer, e seria uma tolice afirmá-lo que elas são insusceptíveis de progredir, são susceptíveis de se actualizar, se uma força externa as impulsionar e se contarem no seu seio com núcleos de pessoas ou indivíduos isolados … que sejam capazes de tomar nas suas mãos a condução de uma reforma verdadeira. (p. 16 – 18).