Thursday, December 13, 2007

Actualidades I.17. Formação de Base

Para se obter esta formação de base, contrariamente ao que têm pensado quase todos os nossos legisladores e ao que, infelizmente, aceitam os nossos conselhos escolares (A afirmação não quer significar que muitos professores, isoladamente, não pensam de maneira diferente. Simplesmente, quando se trata de reduzir os «curricula» ao que é verdadeiramente essencial, todas as disciplinas passam a ter importância) não é necessário nem conveniente introduzir nos «curricula» muitas matérias. Pelo contrário, há que dar poucas mas bem, dedicando-se-lhes proventura mais horas do que as habituais na maior parte do ensino de hoje. (Talvez devesse acrescentar aqui uma condição que reputo «sine qua non» da aceleração do nosso progresso técnico e científico, para não falar já do progressso económico: a necessidade do ensino obrigatório de uma língua estrangeira nos «curricula» dos cursos de formação da maior parte das Escolas Superiores e nos de todos os cursos para post-graduados, se os alunos não mostrarem que a dominam com grande facilidade.)

O facto de se ministrarem poucas matérias também não significa que se deva aumentar a sua extensão. O que deve é procurar fornecer-se aos alunos, nesses primeiros anos, a formação de base, através de conceitos simples mas muito bem apreendidos, havendo sempre a preocupação de lhes incutir a metodologia científica, quer através de exposições, quer e sobretudo através de numerosos exercícios de aplicação (Uma das preocupações ... deve ser ensinar [o aluno] a estudar, procurando mostrar-lhe o que há de essencial no conhecimento científico.), deixando para a post-gradução a aprendizagem de matéria mais complexa, mesmo a de disciplinas que serviram para a formação, visto só ser útil e vantajosa para quem vai seguir um número muito restrito de especialidades.

Consirando em particular a evolução do conhecimento tecnológico, a formação de base deverá ser comum para quem venha a ser técnico superior ou a dedicvar-se à investigação laboratorial dentro do mesmo campo. Quer dizer, a distorção vem depois, nunca antes.

Esta atitude condena, portanto, em absoluto, todo o tipo de ensino enciclopédico, em que o aluno decora ou percebe e decora, para passar nos exames, um sem número de conceitos e raciocínios a) que esquece pouco tempo depois, b) de que, muitas das vezes, nunca mais ouve falar e c) que em vez de contribuir para a sua formação e atracção o deformam e lhe criam repulsa.

O número de disciplinas-base, de carácter formativo, deve, como afirmei, ser reduzido a um mínimo, dependente do domínio científico e do grau de especialização que a faculdade ou Escola Superior pretenda atingir, este, por sua vez, dependente das necessidades a médio prazo do mercado. (p. 72-73).

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