De acordo com a listagem dos Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995, publicada pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias, doutorados em engenharia de minas são 29 (dá uma média de 2 por subdomínio). Aliás, o número de engenheiros de minas inscritos na Ordem é igualmente avassalador (472). Metalúrgicos há 24 (afinal há mais de minas, estes não chegam a 2 por subdomínio). Pela importância destes dois domínios no Sistema Científico e Tecnológico Nacional, deve-se, talvez, poder concluir que se trata de áreas de grande expansão futura, na qual se espera que nosso país venha a deter um número elevado de competências. Se já se estiver a investir nessa direcção, pode-se ter uma ideia do rumo que está a levar o nosso dinheiro (e o da União Europeia). Mas isso é outra história.
Contam-se 71 doutorados em engenharia de materiais, o que realmente justifica (!?) o estatuto igual à química (95 doutorados), mecânica (186), civil (245), minas (já se viu) e electrotecnia (304). Informáticos há 89 (mas deve haver mais espalhados pelas subcategorias da electrotecnia - já contados). A naval, já se esquecia, tem 2 doutorados para os 4 subdomínios.
Em biotecnologia são 58. Na geográfica: 4; nuclear: 1; sanitária: 15; sistemas: 9 (muita gente conhecida); aeronáutica: 8; automóvel: 0; do material ferroviário: 0; e 13 outros que não se identificam com os domínios listados (claro que o autor só podia estar aqui. Então onde é que havia de ser?). Curiosamente o tal domínio da engenharia, metrologia e segurança industriais não tem ninguém. Já se lá volta.
Comparando com os números citados pelo Observatório para a proposta dos Colégios e Conselhos, a maior discrepância é no total dos químicos e biotecnólogos. Contaram-se 153 contra um total do Observatório de 242. Mas este também reconhece que o total de 5469 doutorados “é superior ao efectivo de doutorados no sistema (4605)” - então porque não foi usado este número? -, “dado existirem doutorados a exercer funções em várias instiuições em diferentes domínios”. Mas isso, também, já se sabia (e se calhar em exclusividade em todas elas).
Na contagem feita na publicação Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995, também se encontraram alguns nomes duplicados, mas não muitos.
O domínio da engenharia, metrologia e segurança industriais não tem doutorados, mas, também, não se percebe bem o que é (a língua portuguesa tem destas coisas). Será este o domínio da Engenharia Industrial, metrologia industrial e segurança industrial? Parece que ainda ninguém entendeu assim. Também não admira, dada a diferença de âmbito das três áreas. Talvez se refira, então, só à metrologia e à segurança industriais. Mas, nesse caso, o que faz a “engenharia” no início? Mistério. Vai ter que se pedir o esclarecimento ao Observatório.
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Saturday, April 25, 1998
Monday, April 13, 1998
Engenheiros Industriais de Portugal Uni-vos - Parte I/V
A Engenharia Industrial, os Colégios de Especialidade e Conselhos Científicos, e ... a Ordem dos Engenheiros
A situação da Engenharia Industrial é uma verdadeira desgraça. Para o país e para os docentes e investigadores da especialidade, porque para os profissionais de Engenharia Industrial nas empresas ... esses estão bem, muito obrigado, e não parecem precisar de Colégios, Conselhos, e Ordens para fazerem o que fazem.
Quem está mesmo mal, são os docentes e investigadores ou, por outras palavras, os doutorados em Engenharia Industrial ou aqueles que exercem a sua actividade docente e de investigação nesta especialidade, daqui em diante designados por doutorados de Engenharia Industrial.
O Observatório das Ciências e das Tecnologias não sabe quem eles são. Aliás nem sabe o que é Engenharia Industrial. A Fundação para a Ciência e Tecnologia não sabe (já a JNICT não sabia), o Ministério da Ciência e Tecnologia também não, e a Ordem dos Engenheiros faz como se não soubesse. Não é por acaso que Portugal é um país atrasado. É porque é mesmo.
Por outro lado, o Observatório, a Fundação, e o Ministério reconhecem os domínios da engenharia de minas (com 14 subdomínios), a engenharia metalúrgica (esta tem 15 subdomínios - deve haver, no país, mais um engenheiro metalúrgico que de minas). Juntam os materiais (6 subdomínios) à mecânica (9 subdomínios), a electrotecnia espalha-se por três!!! domínios e 45!!! subdomínios (quem terá feito esta classificação?), e dão igual destaque à engenharia naval (com 4 subdomínios - a tradição já não é o que era).
Aparecem, depois, as outras engenharias, a que juntaram as biotecnologias (quem saberá porquê?). Como subdomínios tem-se a geográfica, nuclear, sanitária, de sistemas, aeronáutica, automóvel, do material ferroviário, e ainda (é a primeira da lista) a engenharia, metrologia e segurança industriais.
Para os Colégios de Especialidade e Conselhos Científicos, o Observatório identifica as ciências do espaço (juntamente com as biológicas, da terra e agrárias), junta a biotecnologia à engenharia química (então não era junto das “outras”?), dá aos materiais o mesmo estatuto que à química, mecânica, civil, minas e electrotecnia (faz lembrar o Técnico, antigamente) e junta mais a informática (mas aquilo afinal são cursos de engenharia ou de “computer science”?). Engenharia Industrial, nem vê-la. Na Ordem reina, mais ou menos, a mesma desordem.
Mas então, quantos doutorados é que há nestas áreas todas? O Observatório veio dar uma grande ajuda ao publicar e distribuir (o que muitíssimo se agradece) a listagem dos Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995.
A situação da Engenharia Industrial é uma verdadeira desgraça. Para o país e para os docentes e investigadores da especialidade, porque para os profissionais de Engenharia Industrial nas empresas ... esses estão bem, muito obrigado, e não parecem precisar de Colégios, Conselhos, e Ordens para fazerem o que fazem.
Quem está mesmo mal, são os docentes e investigadores ou, por outras palavras, os doutorados em Engenharia Industrial ou aqueles que exercem a sua actividade docente e de investigação nesta especialidade, daqui em diante designados por doutorados de Engenharia Industrial.
O Observatório das Ciências e das Tecnologias não sabe quem eles são. Aliás nem sabe o que é Engenharia Industrial. A Fundação para a Ciência e Tecnologia não sabe (já a JNICT não sabia), o Ministério da Ciência e Tecnologia também não, e a Ordem dos Engenheiros faz como se não soubesse. Não é por acaso que Portugal é um país atrasado. É porque é mesmo.
Por outro lado, o Observatório, a Fundação, e o Ministério reconhecem os domínios da engenharia de minas (com 14 subdomínios), a engenharia metalúrgica (esta tem 15 subdomínios - deve haver, no país, mais um engenheiro metalúrgico que de minas). Juntam os materiais (6 subdomínios) à mecânica (9 subdomínios), a electrotecnia espalha-se por três!!! domínios e 45!!! subdomínios (quem terá feito esta classificação?), e dão igual destaque à engenharia naval (com 4 subdomínios - a tradição já não é o que era).
Aparecem, depois, as outras engenharias, a que juntaram as biotecnologias (quem saberá porquê?). Como subdomínios tem-se a geográfica, nuclear, sanitária, de sistemas, aeronáutica, automóvel, do material ferroviário, e ainda (é a primeira da lista) a engenharia, metrologia e segurança industriais.
Para os Colégios de Especialidade e Conselhos Científicos, o Observatório identifica as ciências do espaço (juntamente com as biológicas, da terra e agrárias), junta a biotecnologia à engenharia química (então não era junto das “outras”?), dá aos materiais o mesmo estatuto que à química, mecânica, civil, minas e electrotecnia (faz lembrar o Técnico, antigamente) e junta mais a informática (mas aquilo afinal são cursos de engenharia ou de “computer science”?). Engenharia Industrial, nem vê-la. Na Ordem reina, mais ou menos, a mesma desordem.
Mas então, quantos doutorados é que há nestas áreas todas? O Observatório veio dar uma grande ajuda ao publicar e distribuir (o que muitíssimo se agradece) a listagem dos Doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional em 1995.
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