A posição com que fui confrontado era mais ou menos esta: É preferível conseguir 20 por cento do que se almeja, do que lutar por 80 por cento e nada obter.
Reformulei esta opinião doutra maneira. Alternativa A: Se pretendermos (a) 20 por cento dum objectivo a longo prazo e recebermos (b) 80 por cento do pedido (uma vitória substancial), avançámos 16 por cento. Alternativa B: Se optarmos por (b) 80 por cento do mesmo objectivo e conseguirmos (a) 20 por cento do pedido (saindo claramente derrotados), avança-se exactamente os mesmos 16 por cento. Como, pela propriedade comutativa, a ordem dos factores na multiplicação é arbitrária, o resultado das duas alternativas A e B é sempre o mesmo, quaisquer que sejam os valores das percentagens (a) e (b).
O problema que a posição inicial põe é o da diferença nas probabilidades de sucesso entre as duas alternativas, Se, como conservadoramente se pode esperar, a probabilidade de sucesso da Alternativa A for significativamente superior ao da B, então aquela torna-se definitivamente mais atractiva. Não só converte um fracasso aparente, num sucesso a olhos vistos, como evita o fracasso total. É por isso que a política e a diplomacia são feitas de compromissos.
Uma questão diferente é a distinção entre objectivos de curto prazo e metas a atingir. Se os 20 por cento (reportando ao exemplo anterior) se converterem na meta a atingir, então a taxa de sucesso (80 por cento) é muito elevada. Podem não se justificar os custos de rotura do compromisso obtido, para se atingir a meta. O trabalho está feito. O inverso acontece, com a Alternativa B. A derrota é grande e desmobilizadora. A meta continua longínqua, talvez fora do alcance, por período indeterminado, dadas as condições aceites no momento.
Então, ponha-se a meta mais longe. Suba-se a fasquia. Levante-se a mira. Para onde se vai apontar se se quer chegar mais longe? Imagine-se a vencer todos os obstáculos. Esse é um ingrediente fundamental para o sucesso. Pessoas derrotistas não conseguem vencer os desafios de um mundo cada vez mais ágil, veloz e competitivo. A leitura atenta das biografias de grandes figuras mostra, claramente, que um dos mais importantes factores de motivação foi o de «ir mais além», muito mais além. Essas pessoas nunca se conformaram com a pequenez e mediocridade. Numa época de crise e dificuldades, o grande perigo que se corre é o de se inebriar com qualquer pequeno sucesso.
«Audaces fortuna juvat!» Deseje a Lua. Sonhe alto. Sonhe o impossível. Sonhos pequenos cansam. Não levam a nada. Não têm horizontes. Sonhos grandes são motivadores. Dão energia para lutar e vencer. Sonhar pequeno é viver pequeno. É não marcar a história com a sua passagem pelo mundo. São os sonhos que fazem uma pessoa diferente, única. Uma das faltas de muitos pais e professores é destruir os sonhos de muitas crianças e jovens. É a educação do «cala-te», do «não é assim», do «está quieto» e «nivelar por baixo». É necessário despertar a força interior de cada um. Somente um grande sonho acorda, dá disposição e volta o pensamento para projectos que se deve e pode realizar. Só um grande sonho ocupa todo o tempo disponível, impedindo-o de ser deitado fora, no lixo da preguiça. Cada um tem o tamanho dos seus sonhos. A história que contarão da sua vida será uma história vazia de sonhos, de pequenos sonhos ou de grandes sonhos?
Não tenho grandes ideias, não sou grande inventor, mas tenho grandes sonhos. Sonhos cheios de cor, gentes e lugares. Este é o meu sonho.
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