A composição da frequência do Ensino Superior é determinada, em ampla medida, pela triagem realizada nos ensinos de acesso. Se neste a selecção for influenciada por critérios alheios aos da vocação e capacidade dos escolares, as iniciativas que, já no Ensino Superior, procurem beneficiar os estudantes de mais parcos recursos terão necessariamente uma repercussão limitada.
Infelizmente, não se possuem elementos que permitam conhecer com certo rigor a forma como se processa a selecção na passagem do ensino primário para o secundário e ao longo deste último. As enormes pedras de frequência registadas no termo do ensino obrigatório, na passagem do ensino secundário para superior e mesmo as perdas registadas dentro de cada grau de ensino, na passagem de ciclo para ciclo, fornecem nos uma prova indirecta, mas inequívoca, da acção dos critérios ocultos de selecção de base social e económica. […] a percentagem dos escolares que não prossegue os seus estudos para além do ensino primário, orça pelos 65%, em 1964 /65, último ano considerado […].
Tão elevado número de abandonos não pode atribuir-se, evidentemente, a deficiências pedagógicas ou falta de capacidade intelectual. São certamente motivos de ordem cultural, social e sobretudo económica que explicam a renúncia por parte dos pais a proporcionarem a seus filhos uma formação escolar mais prolongada. (p.240-241).
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