Para a eficiência, e não somente eficácia «temporal», do sistema A → B, sublinhamos a importância dos factores afectivos, de que a motivação é uma das faces. Contrabalança-se o «autoritarismo» a que pode levar o sistema A → B, com uma grande maturidade afectiva por parte do professor, de modo a não usar dele como de uma barragem à expressão de autonomia dos «receptores». Maturidade afectiva significa, na prática: capacidade real de assumir as suas limitações e ter delas consciência; equilíbrio emotivo, que suscita a interdependência daqueles com quem se trabalha, e, se dependência existe, é que provêm de uma justificada interdependência.
Deve o professor estar atento àquilo que é, às suas motivações profundas no trabalho, a fim de que não racionalize de modo arbitrário e perigoso os processos de ordem do sócio-afectiva com que sempre terá, mais ou menos, que se deparar no decurso de qualquer sistema de comunicação. Mas neste, como os «receptores» são quase puros receptores (mudos emissores), dobrará de vigilância, para remediar quanto possível ao sentido único da comunicação A → B.
É que à confortável segurança ou à insegurança escondida do professor, nesta forma de comunicação, correspondem, frequentemente, por parte dos estudantes, além dos sentimentos já referidos, a inquietação, a dúvida sobre a boa compreensão da matéria, o receio da incompreensão do «caso pessoal» pelo professor, quando não a sensação de inutilidade na assistência às aulas, ou a tensão sob a forma de ansiedade e até, por vezes, de angústia.
Há, no decorrer do ano académico, épocas particulares de tensão (e não aludimos apenas às de períodos de exame, que merecem reflectida a análise); mas a diminuição, absorção ou desaparecimento das tensões não se relaciona somente com o estado sócio-afectivo dos alunos e familiares, como às vezes parece dizer-se, mas também, e nem sempre menos, com o dos professores, independentemente de seu cansaço físico. (p. 207).
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