O diário académico é uma tarefa que parece criar grande perplexidade aos alunos, talvez por lhe estar associada um alto grau de lenda e folclore. Essas lendas, têm sido alimentadas, no entender do autor, por alguma dificuldade que os próprios alunos têm em interpretar o que lhes é pedido. Na prática, verifica-se que muitos alunos não conseguem realizar a tarefa que lhes foi solicitada. Curiosamente, é um esforço que parece dar os seus frutos e ver o seu mérito reconhecido, como acontece tantas vezes, quando os alunos se vêm confrontados com uma exigência semelhante, na sua actividade profissional, a qual não podem deixar de cumprir.
Num documento, distribuído a todos e cada um dos alunos, explica-se que o diário académico é um lugar para praticar a escrever e a pensar. É diferente de um diário normal, no sentido em que não deve ser meramente um registo pessoal dos acontecimentos do dia. Difere do caderno de apontamentos das aulas porque não deve ser meramente o registo objectivo da matéria das aulas. O diário deve ser considerado como um registo pessoal da experiência educacional do aluno, na disciplina, nas outras disciplinas e a sua vida extracurricular.
O diário deve ser usado para registar as reacções pessoais dos alunos às aulas, matérias, colegas e docentes. O aluno deve tomar notas, para si próprio, sobre ideias, teorias, conceitos e problemas. Registar os seus pensamentos, sentimentos, disposição e experiências. O diário deve ser utilizado para argumentar em relação às ideias e textos da disciplina e para argumentar com o docente, exprimir dúvidas e explorar abordagens possíveis a problemas com a disciplina.
Os alunos devem tentar escrever, no diário, pelo menos três ou quatro vezes por semana. É importante desenvolver o hábito de usar o diário, mesmo quando o aluno não se encontra no ambiente da faculdade. As boas ideias, dúvidas e outras questões nem sempre esperam por alturas convenientes para serem registadas.
Deve-se escrever sempre que apetece. O que interessa é pensar «no papel» sem a preocupação da mecânica da escrita. A quantidade do que se escreve é tão importante como a qualidade. A linguagem a utilizar é aquela que exprime a voz pessoal, uma linguagem que é natural em cada um.
A interacção com o docente concretiza-se duas vezes por semestre, quando é pedido aos alunos que tragam os diários para o docente ver. O número de diários tem permitido a sua leitura completa. Turmas maiores implicariam a leitura de algumas passagens apenas. Ocasionalmente, pode haver uma discussão ou comentário com o aluno sobre o que escreveu. Este diálogo não afecta o valor do diário, que em nada conta para a classificação na disciplina. Um bom diário é cheio de muitas longas entradas e reflecte uma utilização activa e regular. O aluno pode, ainda, escolher um colega para ler e conversar sobre os seus registos no diário.
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Monday, February 04, 2008
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