ALFREDO DE SOUSA – Algumas reflexões sobre a democratização do Ensino Superior. In «A Universidade na Vida Portuguesa». Lisboa: Gabinete de Investigações Sociais, 1969. Vol. 1, p. 248-253.
Excertos:
a) A população escolarizada global é - repete-se - relativamente escassa. Consequentemente, o grau médio de instrução é baixo e a percentagem daqueles que possuem um curso superior muito reduzida;
b) Como é uma natural numa sociedade que tenta modernizar-se, os postos de direcção e os lugares técnicos são ocupados por indivíduos possuindo diplomas de estudos a um nível relativamente elevado, isto é, pela minoria universitária. Esta é, portanto, uma minoria normalmente privilegiada, do ponto de vista da situação profissional;
c) Como é pouco numerosa, as diferenças de vencimentos médios entre os diplomados superiores e os assalariados e funcionários não diplomados é muito grande; maior em Portugal do que nos outros países europeus. Os diplomados constituem, portanto, uma minoria privilegiada do ponto de vista do rendimento relativo;
d) No seio de uma população fracamente instruída e culturalmente subevoluída, os diplomados formam uma elite cultural, o que em conjunto com b) e c), torna acessíveis aos diplomados os escalões sociais «superiores» da sociedade portuguesa. Eles participam, assim, da minoria socialmente priveligiada.
Em suma, os diplomados tendem a formar uma espécie de classe, onde a condição de admissão é o diploma, ou melhor um certo «savoir faire valoir» o diploma. (p. 251-252).
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