Sunday, April 01, 2007

MBA Intercontinental

As universidades do interior e regiões autónomas vão lançar um programa de MBA conjunto com mais renome internacional do que qualquer outro a funcionar ou anunciado em Portugal. «Vamos mostrar o valor da paisagem – declarou um dos promotores do curso – e do que é profundamente Português».

Apesar das universidades Nova e Católica de Lisboa já terem anunciado o lançamento de um MBA conjunto, logo seguido de uma iniciativa de Belmiro de Azevedo para o Porto, o MBA Intercontinental está numa fase muito mais adiantada. «Portugal não é só Lisboa. O Porto continua a responder da mesma maneira de sempre. Nós somos mais, melhores e temos mais terras. Nós somos o país real.» Confidenciou a mesma fonte comentando ainda que «os Portugueses sabem distinguir promessas de boas obras».

Vendo bem, Cavaco Silva é natural de Loulé, tal como Duarte Pacheco; Rui Nabeiro, de Campo Maior e Garcia de Orta, de Castelo de Vide (Portalegre); Jardim Gonçalves, do Funchal e José Berardo, também é Madeirense; Aristides de Sousa Mendes, de Cabanas de Viriato, Aquilino Ribeiro, do Carregal e Edgar Cardoso, de Resende (Viseu); Bento de Jesus Caraça, de Vila Viçosa e André de Resende, de Évora; Eugénio de Andrade, do Fundão; Fernando Namora, de Condeixa-a-Nova (Coimbra); Miguel Torga, de Sabrosa (Alto Douro); Vergílio Ferreira, de Gouveia; Teófilo Braga, Hintze Ribeiro e Roberto Ivens, de Ponta Delgada; Vitorino Nemésio, da Praia da Vitória (Terceira).

Lisboa e o Porto só podem contar com quem não está envolvido no MBA Intercontinental. De Norte a Sul e Ilhas a mobilização é total. A iniciativa é de sete universidades públicas (Açores, Algarve, Beira Interior, Coimbra, Évora, Madeira e Trás-os-Montes e Alto Douro) uma coincidência curiosa, neste ano de 2007 das Novas Sete Maravilhas do Mundo e de Portugal. Há também um acordo com sete politécnicos públicos (Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Portalegre e Viseu) de modo a assegurar a cobertura de toda a região interior do país e Algarve.

Esta iniciativa, aparentemente, da «sociedade civil» vai muito mais além. Envolve unidades militares de todos os ramos das forças armadas, pelas competências de que dispõe e pelo interesse num MBA de vanguarda. Os médicos, juristas e, em geral, os quadros superiores de toda esta vasta região aderiram a este MBA em grupos informais ou por intermédio das suas organizações regionais. As comissões de coordenação e desenvolvimentos regional do Alentejo, Algarve e Centro têm importantes ligações e envolvimentos no MBA Intercontinental. O mesmo acontece com as direcções regionais do turismo das Açores, da Madeira e as regiões de turismo do Algarve, Alto Alentejo, Tâmega e Barroso, Centro, Dão Lafões, Douro Sul, Évora, Nordeste Transmontano, Planície Dourada, São Mamede, Serra da Estrela e Marão.

Existem também modelos de cooperação com o campus de Viseu do Centro Regional das Beiras da Universidade Católica Portuguesa, outras universidades e politécnicos privados. Pedro Telhado Pereira, reitor da Universidade da Madeira, formado pela Universidade Católica Portuguesa e antigo Professor da Universidade Nova de Lisboa, já, oportunamente, afirmou que «o sentido imanente à tarefa do ensino universitário, a de universalizar» é «a de ajudar a desenvolver e a potenciar as capacidades do ser humano sem a priori excluir ninguém».

O MBA Intercontinental funcionará rotativamente e de forma distribuída por todas as capitais de distrito envolvidas, dispondo, para tal do apoio administrativo e das infraestruturas do ensino superior locais. Unidades hoteleiras e de restauração locais, disponibilizaram-se para oferecer alojamento e alimentação em condições muito favoráveis, dado que as actividades lectivas funcionam, em geral, durante épocas baixas.

Beneficiando da criação da Região do Conhecimento do Sudoeste Ibérico, a cooperação além fronteiras vai agora estender-se por uma vastíssima região do interior, compreendendo as províncias de Salamanca, Zamora, Leão e Orense. Como referiu, na ocasião, Nuno Grilo de Oliveira, presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, a proximidade com Espanha «não pode ser desperdiçada» e a participação de estudantes espanhóis é uma «forma de combater a litoralização» de Portugal.

Nada parece justificar que os potenciais alunos dos MBA’s paguem uma propina de 16 000 euros (cerca de três mil e duzentos contos) pelo privilégio de estudarem na Capital. «Esse dinheiro é o fruto do meu trabalho na minha terra e aqui pode ser aplicado» comentava um dos interessados.

Este MBA, vem ao encontro de muitos anseios do interior do país, como os expressos por Fernando Ruas, Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da edilidade Visiense que já tinha prometido avançar com «algumas acções» na sua luta pela universidade pública de Viseu, criada por resolução do Conselho de Ministros. Maria da Graça Carvalho deixou o projecto ao seu sucessor, Mariano Gago, que nada fez. Esse projecto resultou de um trabalho liderado por Veiga Simão, com um plano de acção entregue ao Governo, que previa parcerias com a Universidade de Erlangen-Nuernberg (Alemanha) e a Siemens Medical Solution.

O que se antevê, é que este mestrado rapidamente «eclipse» os de Lisboa e do Porto e dê o salto mais espectacular até hoje registado na classificação internacional dos MBA, passando do nada para os vinte melhores. O MBA Intercontinental deve também apresentar a maior subida nos ordenados dos diplomados, uma taxa de empregabilidade total e um expressivo valor acrescentado.

Os candidatos ao MBA Intercontinental podem desde já iniciar o seu processo de pré-candidatura. Para tal devem procurar, de entre as sete universidades e sete politécnicos parceiros neste MBA, referidos acima, o que lhes está mais próximo e pesquisar na Web o endereço de correio electrónico. Nesta fase, basta enviar, ao Reitor da Universidade ou Presidente do Politécnico, uma breve mensagem manifestando interesse em frequentar o MBA Intercontinental, a tempo inteiro ou parcial, e um resumo do curriculum vitae.

No comments: