Já noutro local deste blog (Universidade do Futuro: As Propostas) foi referida uma sugestão, de Janeiro de 2002, no sentido de todas as actividades académicas da FCT/UNL serem enquadradas numa escola internacional. Precisamente na mesma data do post, a imprensa internacional (Newsweek, Vol. CXLIX, N.º 9, 26 de Fevereiro de 2007) dava conta de «uma nova estratégia para construir uma Ivy League na Ásia». A notícia era que para travar a fuga dos mais qualificados e brilhantes para a Ivy League, algumas das melhores universidade Asiáticas estão a oferecer muitas, quando não a maioria das disciplinas em Inglês.
Dois factores se confrontam na Ásia: a demografia «estratosférica» e a incapacidade da maioria fazer face aos custos de uma educação de excelência no estrangeiro. Ora «quando a montanha não vem a Maomé …» a mais antiga e prestigiada universidade Sul Coreana, Yonsei , abriu, no início de 2006, uma escola, Underwood International College (UIC), com programas de quatro anos, totalmente em Inglês, para competir com as melhores universidades da Europa, EUA e atrair estudantes estrangeiros.
Yonsei é uma universidade privada, em Seoul, e começou com cinco cursos: Literaturas e Culturas Comparadas, Economia, Ciências Políticas e Relações Internacionais, Estudos Internacionais e Engenharia e Ciências Naturais. As bolsas de estudos para os alunos e os vencimentos dos professores são relativamente elevados.
Outras universidades de topo, tais como a Universidade da Coreia, também criaram, recentemente, programas de quatro anos exclusivamente em Inglês. A Universidade de Hong Kong e a Universidade Nacional de Singapura já usam extensivamente o Inglês. A prestigiada e privada Universidade Waseda, em Tóquio, tem a funcionar, desde 2004, a School of International Liberal Studies. As melhores universidades Chinesas estão também a aumentar a oferta de disciplinas leccionadas em Inglês. Para os estudantes, algumas das vantagens de disporem, localmente, de uma educação de nível internacional, para além de uma substancial poupança, é ficarem mais perto da família, amigos e manterem ou desenvolverem a sua rede de contactos.
O país que mais tem aderido a esta tendência é a Coreia do Sul. Segundo a Newsweek, em 2002, a Universidade da Coreia leccionava menos de dez por cento das suas disciplinas em Inglês. Em 2006, esse valor tinha subido para 35 por dento e prevê-se que atinja os 60 por cento em 2010.
De acordo com os dados publicados pela OCDE , em 2004, em Portugal, os alunos estrangeiros representavam uns modestos quatro por cento (pouco mais de dezasseis mil) do total dos alunos do ensino superior. A média na OCDE era de sete por cento. A nova Zelândia tinha 28 por cento e ainda mais, 37 por cento, em programas de investigação.
Está por estimar o número de estudantes dos países de língua Portuguesa, das comunidades Portuguesas e de outras nacionalidades que optariam por este tipo de ensino, em Portugal, assim como o montante das transferências para Portugal dos alunos que aqui estudam. O clima de relativa tranquilidade, para já não falar nos dias de Sol, que Portugal proporciona, são uma vantagem comparativa substancial, no Mundo conturbado de hoje.
As dificuldades em leccionar e estudar em Inglês, não são discipientes. A alternativa dos melhores alunos Portugueses irem todos estudar para o MIT, Purdue, Carnegie Mellon, Texas e Inglaterra e por lá ficarem, também tem muito de negativo. Parece não haver interesse de nenhuma universidade estrangeira de prestígio em estabelecer um campus em Portugal. A janela de oportunidade pode estar aí.
Como ninguém deu atenção em 2002, há cinco anos atrás, quando abrir a primeira escola com cursos em Inglês, à boa maneira Portuguesa, vão abrir logo mais vinte, ali mesmo ao lado, na Rua das Inglesinhas, uma transversal à Escadaria das Universidades, no Grande Centro Comercial da Beira Mar.
Viva Quem Vencer!
Everything you wanted to know about higher education but were too bus(laz)y to search the Web
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