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Thursday, March 13, 2008
Actualidades I.49. Estudos em que a Universidade Deve Empenhar-se
Há estudos em que a universidade deve empenhar-se, pois ajudam a redefinir as suas finalidades e a determinar, por sua vez, o alcance das técnicas e seu campo de aplicação: quais os factores exógenos da actual conjuntura; necessidades psicopedagógicas de um ensino que se «massifica» numericamente, e que postula uma licentia docenti (a nossa licenciatura esquece as suas origens psicológicas), cuja preparação cuidada não se deve iludir; que modificações alteraram o contexto das profissões, de forma que, hoje, um engenheiro tem de ser não só um técnico de suas técnicas, mas um chefe e um formador de homens; em que medida o professor tem de ser um especialista da informação e da comunicação, tanto pelo menos como de certo conteúdo teórico ou prático; que estudo realizar para que as novas técnicas não sejam desiquilibrantes; qual a incidência dos audio-visuais, por exemplo, na estruturação afectiva e mesmo psicossomática (não dizem os neurólogos que a vista humana, só por si, «é o ponto de partida de quase metade das fibras nervosas do nosso sistema sensorial»?) Como organizar o espaço do trabalho universitário, a fim de que seja facilitado o rendimento escolar; qual a oscilação deste nos diversos períodos do dia e quais os factos que nele influem; quais os efeitos mentais da escolaridade; quais as condições físicas que favorecem o estudo; como a dar aplicações a conclusões bastante seguras da psicologia diferencial e psicogenética; como se processa a acção do professor sobre o estudante; em que medida é aquela mais afectada do que se pode julgar por percepções de nível de sócio-emotivo; quais os efeitos de uma educação realizada num meio sem alegria ou gravemente perturbado; consequências psicológicas dos métodos em uso; deve ocupar-se a universidade com a formação in service-training, no decurso da vida profissional, dos «graduados» ou não; em que medida os exames são ersatz de avaliações necessárias, mas que deviam ser feitas em moldes de formação também; objectivos e motivações concernentes à escolha universitária; desenvolvimento do interesse; rever a relação entre as aulas teóricas e os trabalhos práticos; com utilizar as diferentes técnicas e métodos relativamente a múltiplos ciclos, possivelmente com finalidades complementares, mas distintas; confrontação entre os resultados do trabalho de grupo com os de estratégias individuais; como levar à mudança de atitudes (numa sociedade em inovação); quais as exigências do ensino que atropelam as exigências da vida; qual a «idade afectiva» do professor e do estudante, e não apenas os discutidos quocientes intelectuais; como desenvolver a consciência comunitária de um «ensino aberto»; determinações não apenas da taxa global, mas da taxa diferencial da escolaridade, ligada com o «nível» das qualificações dos estudos e as origens sócio-económicas dos estudantes; problemas de orientação escolar e profissional, e muitos outros, que todos eles requerem uma enumeração mais precisa e poderiam ser estudados com uma preocupação não apenas de inovar por inovar, mas de contribuir ao aparecimento de um estado de espírito cheio de incentivos para a existência de uma formação que tivesse o impacte tal, sobre a vida do indivíduo e da sociedade, que lembrasse o dizer de Confúcio: «aos quinze anos, dava-me ao estudo da sabedoria. Aos trinta, firmava-me nela. Aos quarenta, já não tinha dúvidas. Aos cinquenta, apercebi-me da ordem do céu. Aos sessenta, nada havia no mundo que me obcecasse. Aos setenta, podia seguir os desejos de meu coração sem transgredir a lei moral». É que a universidade deve velar não apenas pelo desabrochar intelectual, mas também pelo vigor físico, moral e religioso da «transcendência» - dimensões essenciais da «vida». (p. 192-194).
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