No caso A → B, existe uma economia de tempo; o professor transmite um conteúdo, em que não há « ricochete» de maior sobre o processo de comunicação que instaura. Pode aperceber-se que este ou aquele aluno não segue a exposição (unilateral); poderá corrigir, consoante a reacção que pressente por parte do estudante, um ponto ou outro, mas não há uma interacção que exerça um feedback (ricochete) tão intenso que se ressinta no tempo total de transmissão de informações. É um sistema mais rápido. Também oferece maior segurança ao professor. No é «apanhado de surpresa»; o que preparou é o que diz; às interrogações, se as há, pode facilmente escapar, refugiando-se na continuação da lição.
A este refúgio externo corresponde também um refúgio de prestígio, interno. O sistema A → B tende a fazer do professor aquele que sabe; mais, aquele que deve tudo saber, que detém a verdade. O modelo protege a integridade do seu saber. Mas este refúgio cria um estado de insegurança que leva o professor a entrar no círculo viciado da sua defesa: quanto mais inseguro está, mais nele se entrincheira; quanto mais se entrincheira, mais inseguro se sente e mais necessidade teria de escapar ao estilo fechado do sistema. A segurança, mais externa, duplica-se de uma insegurança mais interna (e vice-versa). O papel do mestre é, então, o do expositor-sábio; as suas funções de criador, portador e dador de valores, de conselheiro, de animador, de catalisador, de formador, passam a segundo plano, avivando-se as de controlo. Psicossocilogicamente, reveste a figura de líder autoritário que transmite-impondo ou que decide transmitir uma informação que, no próprio momento da transmissão, não sofrerá grandes alterações em razão de possível influência externa, como a do aluno que, não compreendendo e o revela, exigiria, talvez, uma modificação, por provisória que fosse, do conteúdo transmitido. O professor ancioso, hesitante, tímido, pretensioso ou não, sem confiança em si ou nas possibilidades dos outros, instalar-se-á com maior facilidade muito perto de um modelo de comunicação semelhante a este, e terá grande dificuldade em adaptar-se a outro, se as circunstâncias o obrigarem a isso. (p. 204-205).
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