… sem as maciças amputações ante-universitárias sofridas pelas «gerações escolares», uma crise generalizada das estruturas universitárias teria, muito provavelmente, irrompido, há anos já, em Portugal. A evitação de uma tal crise, cremos que só tem sido possível a expensas de um «custo humano» e de um «custo social», cuja natureza convém mencionar. O primeiro tem consistido na privação – suportada pela imensa maioria das crianças e dos adolescentes – do acesso aos escalões menos baixos do sistema educacional português. O segundo tem-se exprimido numa sensível restrição da capacidade cultural da sociedade portuguesa para se desenvolver – capacidade que manifestamente depende, se bem que não só, da amplitude das suas «minorias cultas». (p. 146 – 147).
… uma clara tendência, na base da pirâmide discente pós-primária, para uma dilatação mais que proporcional à do conjunto da população escolarizada. Afigura-se prudente admitir a hipótese de que esse fenómeno anuncia futuros alargamentos relativos nos patamares mais elevados. … a verificar-se tal hipótese e quando tal movimento, a dar-se, alcançar o patim de entrada no ensino de cúpula, assistir-se-á, em Portugal, a uma «explosão escolar» em nível universitário, cujas proporções são dificilmente previsíveis. Nesse momento … ou as dimensões e características do dispositivo institucional terão sido antecipada e adequadamente refundidas para a acolher e enquadrar, ou não se vê como poderão ser-lhe poupadas situações de franca deterioração e disfuncionalidade. (p. 147).
… Doravante … a questão que devém crucial é a de se o sistema universitário português … não está evolucionando no sentido de, a menos que nele se introduzam substanciais modificações, funcionar em condições cada vez menos «normais» e mais «perturbadas». (p. 148).
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