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Monday, May 07, 2007
Actualidades II.25. A Perspectiva dos Estudantes.
Na perspectiva dos estudantes, a principal «vantagem» da pura pedagogia escolástica reside em não os submeter a uma disciplina de trabalho continuado, ao longo do ano lectivo. Cumprido o preceito da assistência às aulas, o sistema não os induz, regra geral, a trabalhar regularmente e a par e passo sobre as matérias que vão sendo leccionadas ou a procurar, por meios próprios, «informação» adicional. Essa «liberdade», compreende-se que a maioria dos estudantes se sinta fortemente solicitada (e nem vale a pena sugerir os motivos) a empregá-la noutras «ocupações», que não as do estudo. Simplesmente: em tais condições, lógico é que o estudo tenda … a concentrar-se, intensiva e desmedidamente, nas épocas dos exames. O estudante – que, durante meses, não foi pedagogicamente induzido a «preparar-se» por forma gradual – tem, assim, de fazer a sua «preparação» em curto prazo, absorvendo rapidamente um volume de «informação» desproporcionado ao tempo de que dispõe. Neste contexto, não deve surpreender-nos que a prática de fraudes seja frequente, porquanto muitos serão, naturalmente, os alunos «inseguros», quer dos seus conhecimentos, quer do seu domínio sobre os métodos de resolução dos problemas que nos exames se lhes irão pôr. De facto, a «insegurança» no momento dos exames é o fundamental «inconveniente» inextrincavelmente associado às «vantagem» da «liberdade» no decurso do ano lectivo – sendo a fraude o recurso de que, contra ela, se pode lançar mão. Donde, se uma vez foi adoptada em larga escala, não mais tenda a regredir, pois que, objectivamente, passou a desempenhar no sistema, uma função cuja «necessidade» se mantém. (p. 168).