Julgo que há vantagens em apontar, em voz alta, os defeitos e os erros, e também as soluções, porque só assim se pode ver, a plena luz, o estado grave a que chegou o ensino, e aplicar-lhe o remédio correspondente.
O silêncio é conservador. O progresso não se faz sem polémica. Quem quer progredir tem de aceitar, de boa ou má vontade, incómodos e perturbações. Os que pretendem avançar sem sobressaltos são vítimas de uma ilusão tentadora O ponto essencial está em saber quais são as pessoas ou os grupos incomodados, se aqueles que têm por si a razão e a justiça, se os que se aliaram à rotina, aos interesses e aos privilégios.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Não tenho dúvida nenhuma de que a vitória será dos primeiros, mas têm de lutar por ela. (p. 300 – 301).
… Disse e sustento que se faz mister reformar a educação superior – isto nada tem a ver com as pessoas, mestres ou discípulos, mas com o quadro institucional que os formou, lhes modela o espírito e demarca o campo da acção. Até onde podia ter chegado o génio universitário português se não fosse apertado nas malhas de uma instituição anacrónica? A energia desbaratada na luta contra a rotina e a incompreensão, que fruto não daria aplicada ao ensino e à pesquisa científica?
Recomendar, como se repete todos os dias, a reforma da mentalidade, sem dizer mais do que isto, é uma afirmativa bem intencionada, mas inoperante.
A maneira de pensar e de agir não se transforma nem modifica, enquanto as circunstâncias concretas da existência dos homens – universitários ou não – se desenrolarem dentro de estruturas caducas.
…
Ao longo da história da nossa cultura deparam-se-nos duas tradições: a dos reformadores e a dos conservadores; os primeiros dão o avanço, os segundos estabilizam-no e, quantas vezes, o petrificam! Sou, claro está, pelos que reformam, criam, abrem horizontes às Universidades e à educação. (p. 301 – 302).
O resto é História.
Everything you wanted to know about higher education but were too bus(laz)y to search the Web
Tuesday, September 04, 2007
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