«Sobre as facilidades da obtenção de graus académicos, escrevi no «Diário de Coimbra», em 26 de Julho de 2001 (já lá vão quase seis anos, portanto!):
«No estertor da monarquia, a atribuição de títulos de nobreza a granel fez correr o dito jocoso:
«Foge cão, que te fazem barão!
Para onde, se me fazem visconde?»
Com idêntica razão, em pleno regime republicano, desajustado me não parece parafrasear com idêntica jocosidade:
«Foge gato, que te dão o bacharelato!
Para que lado, se me fazem licenciado?»
Mas toda a moeda, para além do anverso, tem o seu reverso. Em tempo algum, as licenciaturas tiveram como destino a triste compensação de satisfazer, apenas, o ego da legião de desempregados … ou a exercerem profissões para que a seriedade do diploma da antiga classe capacitava. E bem!»
Hoje, dia 9 de Abril de 2007, perante a situação que se vive neste país na procura, à vara larga («honni soit qui mal y pense»!), de uma qualquer cartolina com selo branco e com fitas (e que fitas!) que ateste um qualquer (de)grau académico que aumente o prestígio social de alguém, acrescento:
Depois do mestrado
Não adormeças camelo
Se não tiveres cuidado
Acordas de borla e capelo!»
Rui Baptista (Coimbra)