… no meio de muitas observações e apreciações novas e exactas que encerravam, pecavam não raro pelo que pecam muitos escritos do nosso tempo: pelo cum hoc, ergo propter hoc. Este sofisma, a maior parte das vezes involuntário, e a confusão da retórica com a dialéctica, da metáfora com o silogismo, parecem-me ser os dois vícios que hoje mais transviam os entendimentos. O último, sobretudo, é inevitável nas épocas de discussão oral, como a nossa, em que tantas vezes é necessário conciliar a opinião das maiorias. É mais fácil comover e deslumbrar os espíritos vulgares do que convencê-los. Em geral, nas questões públicas, as paixões são auxílios mais eficazes, para obter os fins, do que o raciocínio.
Alexandre Herculano - Cartas. 5.ª ed. t. I, p. 207–219.
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Sunday, June 24, 2007
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