No caminho em que nos puseram aqueles por quem nos temos deixado conduzir, nós não vamos livremente para a escolha da forma de um governo livre; vamos submissamente para a sujeição voluntária dos domínios despóticos. Para que esses poderes nos subjuguem basta simplesmente que nos invada a anarquia que nos bate à porta. Na perturbação geral, no conflito, no perigo da fazenda e da vida, o egoísmo sacrificará sem nenhuma disputa a liberdade. Porque a liberdade, por mais bela que ela seja, é na existência uma circunstância; a ordem é a condição essencial – intrínseca – da vida, garantia do trabalho e a segurança do pão. Quem poderá calcular o número de liberdades que nós sacrificaremos à ordem no momento em que a desordem começar a facultar-nos o direito ao governo, com a supressão do direito ao jantar?... É das profundidades demagógicas que saem sempre à periferia social os tiranos. Já Aristóteles dizia que o déspota começa no demagogo.
As Farpas. ed. de 1943. t. IV, p. 119–132.
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Saturday, June 23, 2007
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