... a questão das monarquias e das repúblicas é uma questão secundária. Se entende que a monarquia corresponde melhor aos fins, prefere-a; prefere a república, se entende o contrário. Tão ilegítimo acha o direito divino da soberania régia, como o direito divino da soberania popular. Para ele a soberania não é direito: é facto – facto impreterível para a realização da lei psicológica, e até fisiológica, da sociabilidade, mas, em rigor, negação, porque restrição, nos seus efeitos, do direito absoluto, e cujas condições são, portanto, determinadas só por motivos de conveniência prática e dentro dos limites precisos da necessidade. Fora disto, toda a soberania é ilegítima e monstruosa. Que a tirania de dez milhões se exerça sobre um indivíduo, que a de um indivíduo se exerça sobre dez milhões, é sempre tirania, é sempre uma coisa abominável.
Alexandre Herculano - Cartas. 5.ª ed. t. I, p. 207–219.
Everything you wanted to know about higher education but were too bus(laz)y to search the Web
Friday, June 08, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment